Da Redação
A Bronca Popular
Em um cenário político marcado por divergências e embates, os partidos PT, liderado pelo presidente Lula, e PL, representando o ex-presidente Jair Bolsonaro, marcharam unidos em concombinato de conveniência na votação da Lei Orçamentária Anual (LOA).
A aprovação do fundo eleitoral de quase R$ 5 bilhões estabeleceu uma parceria improvável, destinando cerca de 30% desse montante para financiar as eleições municipais do próximo ano.
Considerando o critério de distribuição, que leva em conta o tamanho das bancadas na Câmara dos Deputados, o PL, com seus 99 parlamentares, está previsto para receber aproximadamente R$ 880 milhões. Enquanto isso, o PT, com 69 deputados, terá acesso a pouco mais de R$ 616 milhões para impulsionar as candidaturas a prefeitos e vereadores.
Comparando com a última disputa municipal em 2020, o PL teve acesso a R$ 146,5 milhões, enquanto o PT recebeu cerca de R$ 250 milhões. Os valores para 2024 representam um aumento significativo de 500% e 146%, respectivamente, sinalizando uma mudança substancial na estratégia financeira de ambos os partidos.
Durante a votação da LOA, na última sexta-feira, o líder do PL, Altineu Côrtes (RJ), defendeu veementemente o montante do fundo, argumentando que as eleições de 2020 foram atípicas devido à pandemia. Em contrapartida, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o valor era justo e necessário para garantir a entrada de novos representantes, destacando que a democracia tem seu preço.
O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sugeriu manter o valor das eleições de 2020, corrigido pela inflação, comprometendo-se a realizar ajustes em 2024. No entanto, a proposta foi rejeitada, prevalecendo a vontade da maioria.
