Da Redação
A Bronca Popular
A nova política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promete redesenhar o comércio global e coloca o Brasil em uma posição delicada, especialmente no setor agropecuário e siderúrgico.
As tarifas impostas sobre produtos do México, Canadá e China, além da inclusão de produtos de madeira e do etanol na mira, podem ter efeitos distintos sobre a economia brasileira, variando entre oportunidades e riscos significativos.
O pior cenário para o Brasil
Caso as sobretaxas se estendam a produtos brasileiros, o impacto será negativo para setores chave da economia nacional.
A indústria siderúrgica é uma das mais vulneráveis, pois os EUA são um dos principais mercados do aço brasileiro.
Com tarifas sobre o produto, as exportações poderiam despencar, impactando diretamente a cadeia produtiva e resultando em perda de empregos e investimentos no setor.
O agro também pode sofrer.
Se Trump ampliar sua guerra comercial para proteger os fazendeiros americanos, produtos como soja e carne podem ser afetados por novas tarifas, reduzindo a competitividade brasileira nos EUA.
Além disso, a imposição de taxas sobre o etanol brasileiro pode prejudicar o setor sucroalcooleiro nacional, que já enfrenta desafios internos.
O melhor cenário para o Brasil
Por outro lado, se a guerra comercial entre EUA e China se intensificar, o Brasil pode sair beneficiado.
No passado, quando Trump impôs tarifas sobre produtos chineses, Pequim aumentou as importações do Brasil, especialmente de soja e carne. Uma nova rodada de retaliações comerciais entre as potências poderia fortalecer a posição brasileira como fornecedor alternativo para o mercado chinês.
O setor madeireiro também deve ser observado.
Se os EUA reduzirem as importações do Canadá, o Brasil pode se tornar um fornecedor mais competitivo, dependendo de como as regras tarifárias forem aplicadas.
A política protecionista de Trump é uma faca de dois gumes para o Brasil.
Dependendo de como as tarifas forem aplicadas e das reações do mercado global, o país pode tanto perder mercados estratégicos quanto ganhar espaço em cenários de retaliações comerciais.
O governo brasileiro precisará de estratégias diplomáticas e comerciais para minimizar perdas e maximizar oportunidades nesse novo tabuleiro global.