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POLÍTICA Quinta-feira, 06 de Agosto de 2020, 10:35 - A | A

06 de Agosto de 2020, 10h:35 - A | A

POLÍTICA / VEJA VÍDEO

Prefeito do PSL diz que cloroquina não cura covid-19 e manda população comprar remédio nas farmácias

“O cara não deixa de comprar cerveja, mas fica bravo se tiver que pagar o tratamento de cloroquina”, diz Machado

EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra



 população de Campo Novo do Parecis reclama que não está tendo acesso aos medicamentos de prevenção à doença causada pelo novo coronavírus, que deveriam fazer parte do Kit-Covid. Entre eles, cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina. Essa medicação deveria ser empregada como terapia auxiliar no tratamento e profilaxia contra a covid-19.  

Apenas os servidores da saúde estariam recebendo a medicação como medida profilática contra a doença. Em entrevista a uma emissora local de televisão, o prefeito Rafael Machado (PSL) afirmou: “a gente tem no Hospital Municipal um estoque que faz a segurança dos pacientes que estão sendo tratados ali. A gente sabe que tem farmácias particulares que tem esse medicamento para vender, inclusive, uma farmácia de manipulação consegue fazer, produzir esse medicamento, o que nos traz certa tranquilidade”.

Sobre o valor da medicação nas farmácias da cidade, o prefeito lembrou da cervejinha de final de semana, como se todos os pacientes covid-19 tivessem o hábito de ingerir bebidas alcoólicas ou recursos financeiros para suportar a aquisição dos medicamentos.  

“Muitas vezes, o cara não deixar de tomar uma cervejinha de final de semana, mas fica bravo se tiver que pagar o tratamento com cloroquina, que custa 40 reais. Aí tudo, se quiserem bater no prefeito, sintam-se a vontade”, afirmou.  

“Nós fizemos a compra e realmente o laboratório atrasou, como vem atrasando a entrega em vários municípios, inclusive em municípios que se precaveram nessa situação, compraram o produto, esgotou em uma semana, justamente porque deixou de ser um tratamento de casos confirmados e se tornou uma coisa quase que política, de acreditar numa bandeira e seguir aquilo como se fosse um tratamento de cura e não é efetividade de cura”, completou Rafael sobre a cloroquina.  

Para justificar a distribuição do kit-covid apenas aos servidores da saúde, como forma de profilaxia, a Coordenadora do Centro de Especialidades, Gizelle Perin, escreveu em uma mídia social que a equipe multidisciplinar de saúde instituída Comissão Técnica de Saúde teria encontrado “justificativa técnico-cientifica no Brasil e mundo para a adoção da profilaxia somente para os profissionais da saúde, que estão na linha de frente atendendo pessoas suspeitas de covid”.  

Segundo Perin, esses profissionais de saúde “recebem altas cargas virais do coronavírus SARS-CoV-2, tendo a maior chance de ficar doente. Se os profissionais começarem a adoecer, não teremos quem atender a população em saúde”.  

Outro motivo para não distribuir o kit-covid a população, ainda de acordo com Gizelle seria “o alto custo da medicação”. Se a medicação é cara para o município que recebeu R$ 9.754.986,53 de repasse do governo federal, além de R$ 1.608.796,35 especificamente para o combate a covid-19, imagina para o trabalhador desempregado, que teve sua renda achatada devido a pandemia do coronavírus.

Assista o vídeo:

 

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