Da Redação
A Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça) alcançou número suficiente de votos para manter o afastamento do cargo do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), por 180 dias. Na sessão de hoje, 12 ministros já sepultaram as esperanças do rato da saúde de retornar ao comando do governo do RJ.
No julgamento, os ministros apontaram a gravidade dos indícios apontados na investigação, como o pagamento de contas em dinheiro vivo.
"Os fatos são graves, merecem apuração. No momento em que vivemos, em uma pandemia com mais de 120 mil vítimas, é impossível que alguém que esteja sendo investigado possa continuar exercendo um cargo tão importante", afirmou o ministro Francisco Falcão.
"Há comprovação de pagamento de contas em dinheiro vivo, compra de moeda estrangeira em dinheiro vivo. Eu não vejo como não referendar a decisão do eminente ministro", disse Falcão.
A ministra Nancy Andrighi afirmou que o afastamento tem o objetivo de frear as atividades do suposto esquema de corrupção.
"A medida cautelar de suspensão do exercício da função pública tem o condão, em razão da urgência decorrente da pandemia e dos gastos que têm sido feitos para seu combate, de frear o interesse por contratações e repasses de valores às pessoas envolvidas", disse ela. Laurita Vaz reforçou sua percepção sobre a gravidade dos fatos sob investigação.
"Há fortes evidências do cometimento de crimes gravíssimos, envolvendo em primeiro plano supostamente o governador do estado e a primeira-dama, que na condição de advogada teria recebido entre agosto de 2019 e maio de 2020 mais de R$ 500 mil, em repasses considerados ilícitos de empresas ligadas à prestação de serviços hospitalares, algumas de fachada e operadas por laranjas", afirmou a ministra. (Com conteúdo do UOL)