Na década de 1980 existiu em Nova Xavantina uma figura folclórica e dona de uma inteligência acima da média. João Campelo Tiete era contador, mas tinha o dom da oratória, da escrita e sabia articular o verbo com a mesma maestria e elegância que um esgrimista manipula sua lâmina metálica.
Certa feita, depois de sorver alguns copos de cerveja, Tietê ergueu a voz e adjetivou nossa sociedade de “Fariobaca”. Curioso, esperei pela tradução. “Esses sujeitos são fariseus, otários e babacas”.
Os sujeitos a que o poeta se referia eram os políticos. Tietê foi profético!
Neste 08 de março, Dia Internacional da Mulher, o traço de hipocrisia dos políticos ganha contornos mais evidentes.
Nas redes sociais, um turbilhão de mensagens coloca a mulher no topo do Olimpo. Pura falsidade.
As mulheres estão fartas de elogio. Eles exigem apenas seus direitos, o fim da desigualdade de gênero e políticas públicas de proteção a suas vidas e de respeito a sua família.
Ao invés de perder tempo e dinheiro com a produção de frívolas e vazias mensagens elaboradas por marqueteiros, o detentor de cargo eletivo deveria se esforçar para tributar a mulher com políticas públicas de saúde e educação para seus filhos. Poderia também se empenha de forma efetiva na luta contra o feminicídio, o machismo escroto e a discriminação de gênero.
Respeitar as mulheres em suas diferenças e garantir esse direito é um bom começo.
O político que apenas se aproveita desta data (08 de março) para paparicar as mulheres e nada faz pela causa feminina, o que não tem nada a ver com feminismo, é apenas um “Fariobaca”. Ou seja, um ser que nasceu em chocadeira e nada entende de mulher.