O jornalista Lauro Jardim escreveu em sua coluna no jornal o Globo que o ano eleitoral começa e com ele vem a enxurrada cada vez maior de pesquisas de intenção de votos. " Pesquisa não é infalível. Sua confiabilidade depende sobretudo da empresa que a conduz", observa o experiente repórter político.
Jardim sublinha que entre terça-feira e hoje, surgiram duas pesquisas eleitorais com resultados bastante discrepantes entre si. Segundo ele, os números divulgados anteontem pela novata Futura (fundada em 2015) foram encomendados pelo banco Modal. A pesquisa publicada hoje de manhã está assinada pelo tradicional Ipespe e teve o patrocínio da XP.
"O que surgiu das entrevistas, repita-se, foram números destoantes entre si. Para a Futura, há uma diferença de 5.5 pontos percentuais entre Jair Bolsonaro e Lula. Na pesquisa do Ipespe, a distância entre os dois é de 20 pontos percentuais".
"É interessante perceber também que XP e Modal são, desde a semana retrasada, duas empresas financeiras controladas por um mesmo grupo: por R$ 3 bilhões a XP Inc. comprou o Modal. A operação não foi ainda aprovada oficialmente pelo BC, mas será em breve. Ou seja, o mesmo grupo divulga pesquisas com resultados diferentes num período de 48 horas, escreveu.
E concluiu: "Não há como, desta maneira, tornar menos confusa a cabeça do eleitor. Exceto se a ideia for atirar para todos os lados. Aos números: Na pesquisa estimulada do Futura/Modal, feita com 2 mil pessoas entre 17 e 21 de janeiro, Lula teria 36,9%; e Jair Bolsonaro, 31,4%. Segundo o Ipespe/XP, que foi a campo entre os dias 24 e 25 e ouviu mil pessoas, Lula teria 44%; e Jair Bolsonaro, 24%".