Da Redação
Blog Edição MT
A Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM) tem sido um terreno de disputas políticas acaloradas ao longo dos anos.
Recentemente, o ex-prefeito de Nortelândia, Neurilan Fraga, tentou mais uma vez assegurar seu domínio sobre essa entidade, buscando a reeleição para a presidência.
No entanto, sua trajetória tem sido marcada por uma série de decisões questionáveis e, em última instância, por derrotas na justiça.
A saga começou quando o prefeito de Primavera do Leste, Leo Bortolin (MDB), apresentou uma ação contestando a candidatura de Neurilan Fraga.
Em agosto deste ano, o juiz Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Cível de Cuiabá, cassou a chapa de Neurilan, citando irregularidades na inscrição.
Embora a decisão de Yale Mendes tenha sido um golpe duro para a candidatura de Neurilan Fraga, o ex-prefeito ainda tentou recorrer no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. No entanto, o desembargador João Ferreira Filho não teve dúvidas e, na última sexta-feira (22), determinou a cassação do registro da chapa liderada por Fraga.
Essas derrotas sucessivas na justiça levantam questões significativas sobre a competência da assessoria jurídica de Neurilan Fraga e sua capacidade de entender e cumprir os regulamentos que regem uma organização tão importante quanto a AMM.
Afinal, a inscrição de uma chapa em uma eleição não é um procedimento trivial, e qualquer candidato sério deve ser capaz de seguir as regras estabelecidas no estatuto da entidade que pretende comandar.
O juiz Yale Mendes argumentou em sua decisão que as irregularidades cometidas pela chapa de Neurilan representavam uma "violação aos direitos dos demais associados interessados no certame".
O magistrado ressaltou a importância de manter a isonomia e a legalidade em procedimentos eleitorais, enfatizando que não deve haver flexibilização das exigências estabelecidas.
É fundamental lembrar que a AMM é uma organização que representa os interesses dos municípios de Mato Grosso, e sua liderança deve ser baseada na confiança e na integridade. As constantes batalhas legais e as derrotas judiciais de Neurilan Fraga levantam dúvidas sobre sua capacidade de liderar eficazmente a associação.
A decisão recente do juiz Yale Mendes permitiu que o nome e número da chapa de Neurilan continuem nas urnas eletrônicas, o que significa que a disputa continua. No entanto, o futuro de sua candidatura permanece incerto, já que a validade dos votos atribuídos a ele está condicionada ao julgamento do mérito da ação.
Em última análise, as derrotas consecutivas de Fraga na justiça são um reflexo de uma tentativa mal concebida de manter o controle ad eterno da AMM, e uma lição sobre a importância de respeitar as normas estabelecidas em qualquer eleição democrática.