Recolhido em seu canto, sem autoridade moral para opinar sobre a saúde ou falta dela em Tangará da Serra, o ex-prefeito Fábio Martins Junqueira (Republicanos) deu carta branca para seus ventríloquos usarem e abusarem da lamentável morte de uma senhora na UPA para desgastar o prefeito Vander Masson (UB) e, assim, favorecer seu projeto de tentativa de retorno à chefia do Executivo municipal.
Junqueira é uma raposa astuta e ardilosa.
A morte da idosa Lindalva da Silva Carvalho, enquanto esperava por atendimento médico na UPA, gerou comoção nas redes sociais e deflagrou uma onda de indignação na cidade devido à superlotação naquela unidade de saúde, formação de filas de espera, demora no atendimento e até falta de espaço físico para acomodação de pacientes.
O tangaraense que precisa do serviço público de saúde sabe que a solução para o caos na saúde é a construção de uma nova UPA. O prefeito Vander Masson, o deputado Dr. João, os vereadores e até surfistas das redes sociais sabem disso.
Se todos sabem, por que então não se unem para acelerar a construção de uma nova UPA para oferecer um atendimento de qualidade à população?
A razão é simples: o caos na saúde, a morte de pessoas como dona Lindalva, filas no entorno da UPA e a superlotação da unidade de pronto atendimento servem como insumo político, alimentam discursos de salvadores da pátria e geram imagens que ganham tração nas redes sociais.
Alguns mais afoitos pensam que serão eleitos ou reeleitos em cima do cadáver de dona Lindalva.
Fazer do corpo de uma idosa palanque eleitoral é a mais completa expressão do cinismo e do oportunismo político.
Os ventríloquos de Junqueira menosprezam a inteligência da população, atropelam a coerência e esquecem propositalmente o passado.
Ou será que essas criaturas não sabem que a gestão do ex-prefeito Fábio Junqueira foi o maior desastre na área da saúde, que no Hospital Municipal não se fazia cirurgia nem de unha encravada, que gestantes ganhavam seus filhos em Arenapólis e que dezenas de pacientes morreram por falta de atendimento médico, seja na UPA, no HM, dentro de ambulâncias ou em hospitais de Cuiabá?
A indignação da população é justa, compreensível e santa.
É fato que não se deve passar pano para o prefeito Vander Masson.
Alias, as cobranças a ele dirigidas devem ser duras e incisivas.
Afinal, Vander é o prefeito e cabe a ele resolver o problema da UPA ou pegar seu banquinho.
Daí a cair no golpe da volta ao passado vai uma distância enorme.
A UPA é o que é como consequência do desastre Junqueira na área da saúde pública.
As circunstâncias da morte da idosa precisam ser investigadas. Se houve negligência médica, os responsáveis precisam ser identificados e responsabilizados. A secretaria de Saúde e o prefeito Vander Masson devem uma explicação a sociedade. A depender da situação, o MPE também deve lançar sua lupa investigatória sobre o caso. É o que o tangaraense cobra e espera.
