EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
Até recentemente, o prefeito Junqueira, seu vice Renato Gouveia e o ex-chefe do Samae estavam juntos e misturados no mesmo barco. Agora, com a proximidade das eleições municipais, o trio se desfez. O clima é de cada um por si e seja o que Deus quiser e o povo decidir nas urnas.
Nesse ambiente de individualismo e de ambição política, injustiças são cometidas no atacado e no varejo. Junqueira colocou Lopes sob sua proteção e Renato foi jogado na cova dos leões. Ingratidão não rima com política, mas andam juntas. O emedebista histórico, ex-senador Márcio Lacerda, já havia alertado lá atrás que não se faz política sem vítima.
Renato Gouveia foi um vice discreto, não indicou ninguém para o governo, defendeu a gestão e foi leal ao máximo. Seu pecado foi pretender disputar a prefeitura. Depois que tomou essa decisão, virou alvo justamente do grupo político que ele ajudou a conquistar ou a se manter no poder.
A liberação da emenda impositiva de bancada no valor de R$ 7.468.129,90 para investimento nas obras de captação e adução de água do rio Sepotuba não aconteceu por acaso e nem foi obra de mera liberalidade dos congressistas.
Quando no exercício interino do mandato de prefeito, Renato viajou a Brasília, percorreu gabinetes de parlamentares e, com a habilidade que o diferencia de muitos, conseguiu assegurar essa grana para investir na ampliação do fornecimento de água tratada a população.
Esse e outros feitos de Renato são ignorados. Coisas da política. Aliás, de políticos ingratos e incapazes de reconhecer quem um dia esteve ao seu lado e o ajudou a fazer a travessia do Rubicão.