Camila Ribeiro
Midia News
O deputado federal José Medeiros (Podemos) criticou – sem citar nomes – políticos que estão articulando uma candidatura ao Senado numa eventual eleição suplementar que pode ocorrer em Mato Grosso.
Recém-filiada ao partido de Medeiros, a senadora Selma Arruda aguarda o julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo que pode levar à cassação de seu mandato.
Ela já foi cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) e a Procuradoria Geral da República emitiu parecer pela perda do mandato e realização de novo pleito do Estado.
“A turma está disputando herança de gente viva. Isso é um assalto. Assalto não... Mas você já viu aqueles caras que ficam na Praça da Sé, em São Paulo. Aqueles batedores de carteira. Isso que acontece aqui é batedor de mandato. Querem tomar o mandato na mão grande”, disse Medeiros, em entrevista ao MidiaNews.

Segundo ele, o Podemos nem cogita a hipótese de a senadora ser punida com a perda do mandato.
“Ela é senadora até 2026. Não tem essa possibilidade [cassação]. Nem pensamos nessa hipótese. Não tem o menor sentido o que esses caras estão fazendo. A Selma tem enfrentado tudo e lá em Brasília a história vai ser outra. Não temos dúvida disso”, disso.
Sem favorecimento Ainda durante a entrevista, o deputado José Medeiros refutou a tese de que Selma foi favorecida no processo eleitoral do ano passado.
Ele ainda minimizou o entendimento do TRE-MT que apontou a prática de caixa 2 e abuso de poder econômico.
“Isso é igual o tostão contra o milhão. Não vou citar nomes, mas coloca a foto dos outros candidatos e a conta bancária dos outros. Põe esse milhão que eles estão falando que vira até piada”, ironizou.
“Pega os adversário de Selma aí. Imagine o que foi por dentro e por fora e compare ao que Selma gastou que vira até piada esse processo”, emendou o deputado.

Medeiros ainda comparou o processo que Selma enfrenta ao que pedia a cassação da chapa da então presidente Dilma Roussef e de seu vice Michel Temer, também por abuso de poder econômico, no pleito de 2014.
Na ocasião, a chapa foi absolvida pelo TSE, por 4 votos a 3, sendo o voto decisivo o do ministro Gilmar Mendes.
“O TSE decidiu dizendo o seguinte: olha, aqui tem uma irregularidade formal, mas isso não comprometeu a vontade do eleitor. Porque uma coisa é soberana nas urnas. O eleitor quer votar em João. Isso é soberano. Se ele foi lá na urna e colocou nome de João, isso tem que ser respeitado”, justificou.
“Eleitor não foi enganado” Medeiros ainda emendou dizendo que os fatos apontados pelo TRE não influenciaram na vontade do eleitor.
“Tenho pra mim que a Selma, no dia em que registrou a candidatura, a votação dela já era a que ela obteve. Se ela tivesse ficado dentro de casa, sem ter gastado um centavo, a votação dela seria a mesma. Porque foi o momento politico que elegeu Selma. Foi a história dela, junto com a história de Bolsonaro. Foi aquilo. As pessoas queriam aquilo”, disse.

Ele disse, por fim, que até o atual momento do processo os advogados de adversários de Selma se deram bem por terem contado “a melhor estória” e que o cenário será outro a partir de agra.
“A gente vê que as pessoas contratam os melhores advogados do mundo. E advogado cria a história que o cliente quiser. Sempre digo: se você quiser criar uma boa história não chama um roteirista, chama um bom advogado. Ele cria a história que você quiser”, afirmou.
“Então, está posto esse cenário aí. Mas do lado de cá, temos também advogados. Acaba sendo quem contar a melhor história. Até agora os adversário de Selma contaram a melhor estória. E daqui pra frente, não tenho duvida que o Podemos vai ajudar a Selma a contar melhor história”, concluiu.