Da Redação
Na repetição da história, uma constatação trágica. Mais um morador de rua, provavelmente uma pobre criatura dominada pela dependência quimica, foi esfaqueada, na tarde desta quinta-feira, na praça dos Pioneiros. A motivação do crime pode ter sido desentendimento por razões de pouca relevância. O sangue do individuo derramado no espaço público, que foi construido em homenagem aos fundadores da cidade, clama por reflexão.
Equivocadamente, os drogaditos, sem emprego, sem moradia fixa e sem perspectiva de um futuro menos sombrio, são rotulados de "andarilhos", como se andarilhos também não fossemos. Todos que andamos, somos andarilhos. Fora a questão semântica, outra ainda mais complexa exige uma tomada de posição tanto da sociedade como do poder público.
Como resolver o problema e devolver a praça dos Pioneiros a população de Tangará da Serra e aos visitantes?
A solução não é simples; não depende apenas da ação das forças de segurança pública.
Prefeito, vereadores, dirigentes de clubes de serviços e da cidade precisam debater a questão. Ignorar o problema significa perpetuá-lo por omissão.
Enquanto nada for feito, dependentes quimios, drogaditos, forasteiros e aventureiros vão continuar se amontoando na praça dos Pioneiros para consumir drogas e importunar quem por lá arrisca passar. Tentativa de assassinato, como a registrada nesta tarde, vai continuar pipocando.
O Samu está pronto para atender a vítima e as forças policiais se encarregam de correr atrás do suspeito.
Eliminar esse problema social depende da conjugação de esforços da sociedade e do poder público.
Andarilhos, medingos, dependentes de alcool ou de outras substâncias, essa rotulação é irrelevante.
São pessoas humanas castigadas pela sorte. Antes de julgá-las, o governo municipal precisa estender o braço solidário e encontrar uma alternativa humana para um problema essencialmente social.