O mundo não esperava, mas se deparou com um 2020 de crise. Não havia planejamento estratégico que considerasse, em seu mapeamento de ameaças e riscos, a ocorrência de uma pandemia. Mas foi o que aconteceu: a humanidade se deparou com um inimigo em comum, o coronavírus, que tantos danos e perdas segue causando. Neste ambiente, lideranças tendem a avaliar que a crise mundial provocada pela Covid-19 gerou incontáveis problemas. Mas, particularmente, enxergo mais sentido em outro viés: o de que a crise, mais do que gerar problemas, evidenciou os que já existem.
Gostaria, então, de convidar você a ponderar comigo: as falhas ocorridas no início do período pandêmico, dentre as quais a confusão de protocolos de segurança em saúde e os gargalos logísticos, já existiam, correto? Indo além: a falta de saneamento básico, a desestrutura das unidades de saúde (não só as públicas, relevante grifar) e a insuficiência de amparo às populações vulneráveis também já eram condições estabelecidas, em situações facilmente constatáveis – não sendo necessário olhar longe para enxergá-las.
Engrossando (cremos que, até, alicerçando) a gama de fragilidades evidenciadas neste 2020 adoecido, reside a falta de sinergia entre as lideranças, sobretudo políticas, num ambiente que requer, fundamentalmente, capacidade de gestão de crise. Vivemos num país democrático, onde a pluralidade de pensamentos é, felizmente – e é imprescindível que assim permaneça - , permitida. Sabemos que é possível conciliar saberes e diretrizes em prol do bem comum. Por que, então, líderes e gestores (novamente, sobretudo na esfera pública) permanecem sustentando condutas desconectadas? A quem isso faz bem?
Todo este cenário do ano que estamos vivendo, com suas complicações e necessidades prementes, nos fazem dois chamamentos: à reflexão (sobre nossos papeis) e à ação. Fruto dessa reflexão e ciente das responsabilidades que a vida de gestor público, na qual ingressei há mais de duas décadas, impõe, reforço aqui, com você, cidadã e cidadão mato-grossense, meu compromisso de seguir trabalhando pelo social, honrando os votos que aqui me trouxeram, bem como as vidas que eles representam.
Para superar os danos vividos na crise e oportunizar nosso reequilíbrio socioeconômico, precisamos evidenciar, em vez de problemas, soluções. É hora de atitude, de compreensão, empatia, foco e resultado. Aos prefeitos, vice-prefeitos e parlamentares municipais eleitos no último pleito (dentre os quais 164 do nosso partido, o PSB, em todas as regiões do Estado), nossa mensagem mais sincera: contem conosco, neste que será um dos mandatos mais desafiadores de todos.
E aos líderes políticos (aqui me incluo) do nosso amado Mato Grosso, terra que este ano sofreu em tantos níveis, convido a abraçarmos esta visão, e focados nela, trabalharmos, sinergicamente: lideranças coerentes resultam em população amparada – e cidadania preservada.
Max Russi é Deputado Estadual, 1º Sec. da ALMT e Presidente do PSB-MT