EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
Lágrimas rolam nos hospitais e em velório de vítimas de acidente de trânsito. Dentre os sequelados ou mortos, não é difícil encontrar quem deu causa ao próprio suplício.
Na gênese da mortandade de condutores e de pedestres, nas ruas e avenidas de qualquer cidade, um conjunto de fatores explica o crescente número de pacientes nos centros de traumatologia e de corpos sem vida expostos nas funerárias.
A brutalidade do transito extermina e incapacita mais gente que qualquer guerra. A violência sobre roda mata mais que câncer e doenças do coração. Essa barbárie tem um custo assombroso para a sociedade. A maior parte dos recursos da saúde é destinada para custear tratamento de condutores e pedestres politraumatizados.
Se fosse permitido fincar cruzes no asfalto, as ruas de Tangará da Serra seria um imenso cemitério
Com o recrudescimento da guerra no asfalto, o Samu e o Corpo de Bombeiros passaram a ter como única atribuição resgatar e transportar os feridos do campo de batalha para unidades de pronto atendimento médico. O rabecão da Politec recolhe os cadáveres.
Enquanto a Polícia Militar tenta deter o avanço da delinquência no asfalto, a Polícia Judiciária Civil investiga as causas de tanto sinistro e caça os condutores homicidas.
Álcool, drogas ilícitas, uso de aparelho celular, excesso de velocidade, inobservância as leis de trânsito, imprudência, imperícia e negligência estão entre as causas do genocídio que banha com sangue as ruas e avenidas de Tangará da Serra. Atribuir culpa ao poder público é cinismo próprio de condutores atrevidos e de pedestres displicentes.
No trânsito, a regra é clara: se você cuidar de você, ninguém vai chorar por você, em um leito de hospital ou dentro de um caixão em alguma sala funerária.