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POLÍTICA Quarta-feira, 18 de Março de 2020, 17:50 - A | A

18 de Março de 2020, 17h:50 - A | A

POLÍTICA / TANGARÁ DA SERRA

A rede de saúde está preparada para a atender a população em caso de disparada do coronavírus?

EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra



Para os desavisados, a história é um farol que ilumina o passado. O homem sensato, prudente e responsável, no entanto, vê nela uma luz para o futuro. E os cânones da história de Mato Grosso, particularmente de Cuiabá, registram morticínios em grande escala, que mesmo de longe e sepultos nas brumas do tempo, ainda causam arrepio e congelam a alma de leitores mais sensíveis.    

Em meado do século XIX (1.867), o fim da Guerra do Paraguaio não pode ser comemorado pela população de Cuiabá. A cidade foi assolada e quase totalmente dizimada pela varíola, também conhecida como a “doença da bexiga”.

Corpos eram empilhados aos montes e incinerados. Não havia meios para abrir tantas sepulturas. A rede pública e privada de saúde entrou em colapso. Faltavam médicos, medicamentos e a estrutura se tornou pequena para atender os doentes.  

O pânico coletivo foi potencializado por teorias e crenças as mais absurdas. Uma delas dizia que a varíola era um castigo divino. A falsa notícia – ou seria fake news? -   em nada contribuiu para debelar a grave situação dos moradores de Cuiabá. A história parece se repetir. Não é difícil encontrar, nas redes sociais, malucos que atribuem ao governo chinês a responsabilidade pelo surgimento do coronavírus.  

O X da questão - Tangará da Serra tem leitos de UTI, médicos, insumos e estrutura para atender eventual surgimento em grande escala de casos do coronavírus?  

A cidade é polo regional e, na hipótese de multiplicação de casos suspeitos, deve receber doentes de outros municípios, onde o serviço de saúde é precário e inferior ao de Tangará da Serra. A secretária de Saúde, Dienefer Jaqueline Magalhaes Feix, ainda não apareceu em público para prestar os esclarecimentos que a população exige. Ela se mantém distante da imprensa e das redes sociais. Apenas o prefeito Fábio Martins Junqueira fala sobre as medidas que já tomou.  

É de amplo conhecimento público que a UPA está sobrecarregada devido ao estrangulamento dos postos de saúde dos bairros. É fato que na rede faltam profissionais especializados, como cardiologista e ortopedista. Será tem pneumologistas e infectologistas, além de outros profissionais habilitados para lidar com o coronavírus?  

Entramos em contato com a secretaria de Saúde em busca de respostas para esses questionamentos. A reportagem deste site não foi atendida. Os vereadores estão apáticos e alheios a tudo, como se nada estivesse acontecendo. Pode ser e, queira a Deus, que nada aconteça mesmo, porque se acontecer as consequências serão funestas.  

A doutora Dienefer Jaqueline precisa vir a público, tranquilizar a população e informar qual a rede de atendimento que o município montou para atender a todos, na eventualidade de multiplicação de casos do coronavírus.  

As medidas de prevenção adotas pelo prefeito são saudáveis e necessárias. Isso, no entanto, não garante que o pior não aconteça. É preciso planejamento, organização e disponibilização de recursos humanos e financeiros.

Na vida tudo pode ser adiado, menos o cuidado com a vida. Esse é o bem mais preciosos da cidade – a vida da população.        

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