EDÉSIO ADORNO
Redação
Gilberto Cattani, 47 anos, é produtor rural na comunidade denominada de Pontal do Marape - um assentamento da Reforma Agraria localizado no município Nova Mutum. Durante a efervescente campanha eleitoral de 2018 Cattani disputou uma cadeira na Assembleia Legislativa e conquistou a 1º suplência pelo PSL.
Sua votação (11.629 votos), para um ‘caboclo’ sem dinheiro e sem padrinho político, pode ser considerada expressiva.
A espetacular performance de Cattani se deu em razão da conjugação de três fatores: a onda Bolsonaro, a força das redes sociais, seu nome e o compromisso firmado com os demais assentados da Reforma Agrária de que a direita no poder seria a certeza de regularização fundiária dos assentamentos existentes em Mato Grosso.
Depois de um ano e meio de governo Bolsonaro, Cattani continua firme na linha de frente de defesa do capitão, mas revela um certo ceticismo quanto a concretização de sua principal bandeira de campanha, que é a regularização fundiária, inclusive de seu querido Pontal do Marape.
Convicto de que o Incra continua aparelhado pela esquerda, Cattani lamenta, em um vídeo publicado em suas mídias sociais, que não adiantou em nada trocar a esquerda pela direita. “Colocar remendo novo em roupa velha não resolve o problema”. Ele defende mudança radical no comando do Incra, sob pena de nada acontecer em termos de regularização fundiária. A percepção de Gilberto Cattani faz sentido e serve de alerta para os luas pretas da direita.
Assista um trecho do vídeo desabafo de Cattani