Edésio Adorno
Tangará da Serra
No plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), sete dos 11 ministros votaram para manter a decisão anterior da Segunda Turma da corte de considerar o então juiz da operação Lava Jato Sergio Moro parcial ao ter julgado o processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relacionado ao tríplex do Guarujá (SP).
Os togados Luiz Fux, Edson Fachin e Roberto Barroso se esforçaram para tentar salvar Sérgio Moro do épico vexame de ser considerado parcial e de condenar Lula de forma arbitrária, sem observância aos preceitos legais. A votação foi suspensa com o pedido de vista de Marco Aurélio.
Ainda que ele vote de acordo com o trio lavajatista, a maioria já foi formada para empurrar o ex-juiz do purgatório de Curitiba para o limbo da história e da suprema desmoralização jurídica e política.
O ministro indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, Kassio Nunes, ajudou a sepultar a reputação moral de Moro. Seu voto atendeu a premissas políticas e ideológicas delineadas pelo palácio do Planalto.
Lula solto, elegível e avançando nas pesquisas de intenção de voto representa seria ameaça ao projeto de reeleição de Bolsonaro. Tirar Moro da jogada, que poderia beliscar preciosos votos do setor mais à direita, era tudo que o capitão queria. E foi atendido pelo fiel e obediente Kassio Nunes.