Da Redação
A Bronca Popular
A falta de ar condicionado nas escolas da rede pública municipal de Cuiabá tem se tornado motivo de preocupação para a comunidade escolar e os pais de alunos. Recentemente, um grupo de vereadores realizou uma inspeção surpresa em uma escola do bairro Osmar Cabral, expondo as condições precárias de funcionamento dos sistemas de refrigeração nas instituições de ensino.
Embora o serviço de refrigeração nas escolas municipais esteja longe de atender às necessidades dos alunos e professores, dados revelam que a Prefeitura de Cuiabá gastou uma quantia considerável em serviços de instalação e manutenção de ar-condicionado, ventilação e refrigeração.
Até julho deste ano, os gastos atingiram a marca de R$ 15,372 milhões.
A revelação que chocou a cidade aponta para um aspecto ainda mais perturbador.
As empresas responsáveis pelos contratos de instalação e manutenção de ar-condicionado são a Box Serviços e a A.W.G. Comércio e Serviços LTDA. A primeira tem como proprietário o filho da secretária-adjunta de Educação, Débora Marques Vilar, enquanto a segunda tem ligações familiares com a titular da pasta, seu cunhado.
Débora Marques Vilar, que ocupa cargos estratégicos na administração municipal desde o primeiro mandato do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), assumiu a Secretaria Adjunta de Educação a partir do segundo mandato.
A empresa A.W.G. Comércio e Serviços LTDA, que possui um capital social de R$ 500 mil, recebeu da Prefeitura de Cuiabá um montante de R$ 10,536 milhões até julho deste ano, e sua atuação data desde 2017.
Grande parte de seus serviços concentra-se na Secretaria Municipal de Saúde e na Secretaria Municipal de Educação.
Já a empresa Box Serviços de Terceirização LTDA, de propriedade do filho da secretária-adjunta de educação, apresenta um capital social de R$ 99,8 mil. Realiza serviços para a Prefeitura de Cuiabá desde 2019, com a maioria das atividades destinada à Secretaria Municipal de Saúde. Segundo informações disponíveis no Portal Transparência, a empresa tem empenhados R$ 6,894 milhões a receber até o final deste ano.
O vereador Dilemário Alencar declarou a imprensa que "se o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, tiver vergonha na cara, demite imediatamente a secretária de Educação". Além de Alencar, outros vereadores devem formular pedido de investigação junto a Procuradoria-Geral de Justiça. Uma proposta de abertura de CPI na Câmara de Vereadores também deve ser analisada diante da gravidade dos fatos a ser investigados.