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POLÍTICA Quarta-feira, 30 de Agosto de 2023, 08:49 - A | A

30 de Agosto de 2023, 08h:49 - A | A

POLÍTICA / CAMPO NOVO

Coprodia tenta garantir fazendas em terra indígena em MT

Usina de álcool afirma que na área não existe nem vestígio de indígenas

Da Redação
A Bronca Popular



Uma das principais usinas de álcool e açúcar do agronegócio brasileiro, a Coprodia, está buscando obter a posse de fazendas localizadas dentro do território da Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, habitada por indígenas isolados no noroeste de Mato Grosso.

Para atingir esse objetivo, a empresa tenta negar a existência dos indígenas, apesar de a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) já ter atestado sua presença há mais de duas décadas.

A Coprodia, conhecida por produzir grandes quantidades de etanol e açúcar, está pleiteando na Justiça Federal o direito de explorar duas fazendas localizadas na região de Colniza (MT), que faz parte do território indígena.

Documentos do Ibama e relatórios de ocupação comprovam que a usina possui propriedades dentro da área indígena, embora a empresa tente negar essa realidade.

Desde 2007, a Funai reconheceu a existência dos indígenas isolados na região e determinou restrições de uso da terra até a demarcação definitiva, autorizando o acesso somente para membros da Funai.

O grupo indígena, conhecido como kawahivas, vive do modo de coleta, pesca e caça, adaptando-se a um estilo de vida nômade.

Apesar dessas evidências, a usina enfrenta acusações de desmatamento irregular e exploração madeireira dentro do território indígena. A área da usina foi embargada pelo Ibama em 2009, evidenciando suas atividades prejudiciais ao ambiente.

A Coprodia, por sua vez, alega estar comprometida com a preservação da floresta amazônica e possui uma área de reserva de floresta amazônica em Colniza. No entanto, a presença da usina e de outras atividades ilegais tem pressionado a Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, resultando em desmatamento, conflitos e invasões.

A situação é emblemática para a discussão sobre o "marco temporal", uma tese defendida por ruralistas e proprietários de terras que limita as demarcações indígenas aos grupos que estavam presentes no momento da promulgação da Constituição de 1988.

Esse marco ignora os conflitos históricos e deslocamentos forçados sofridos pelos grupos indígenas. O Supremo Tribunal Federal (STF) está previsto para retomar a votação sobre o marco temporal, que pode definir casos como o da Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo.

A matéria da Folha de S. Paulo foi resumida para se adaptar ao formato deste site. Mais informações, acesse o link (AQUI)

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