EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
A atribuição mais relevante de um líder é exercer a liderança, pacificar os ânimos mais exaltados, contornar crises, apagar incêndio e manter a coesão dos liderados. Essa é a saga dos líderes partidários no Congresso Nacional.
O novo líder da bancada do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro, tem clareza dessa realidade. Ele sabe o tamanho de sua responsabilidade na construção de uma sólida base de apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro. O fato de ser filho do presidente da República torna sua missão do Zero Três ainda mais espinhosa e delicada.
Nessa condição de líder, Eduardo vai precisar aprender a dominar a arte de ouvir e de agradar, preferencialmente os deputados que votam com o governo. O líder não cisca para fora. Gravar um vídeo com palavras elogiosas ao deputado Nelson Barbudo, aquele que a deputada Carla Zambelli classificou como ‘uma baita decepção’, faz parte de um estratégico jogo de cena.
Eduardo Bolsonaro foi convencido pelos ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) a receber em seu gabinete o deputado Nelson Barbudo, que desde a última terça-feira tem implorado por uma palavra de apoio de algum membro da família Bolsonaro como medida emergencial para livrá-lo da fúria do bolsonarismo nas redes sociais.
Barbudo chegou a dizer a Lorenzoni que gostaria que o presidente Jair Bolsonaro fizesse um vídeo com depoimento sobre sua lealdade ao governo. Claro, Bolsonaro, que está em viagem pelo Continente Asiático, não quis nem tomar conhecimento do pleito do deputado de MT. No final da tarde, Eduardo aceitou gravar um vídeo ao lado de Barbudo.
Com o trofeu em mãos. Aliás, com o vídeo pronto, Barbudo escreveu:
"Amigos, muitos têm pedido explicações sobre a situação do PSL e a minha atuação dentro do partido. Nada melhor que deixar o nosso líder na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro, com quem estive hoje, falar sobre isso. E como ele mesmo disse: "tamo junto"!"
Assista o vídeo da humilhação:
