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POLÍTICA Quarta-feira, 31 de Julho de 2019, 07:48 - A | A

31 de Julho de 2019, 07h:48 - A | A

POLÍTICA / TANGARÁ DA SERRA

Explicação de dono de Shopping para desabamento de telhado contraria princípios da química  

EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra



As equipes de resgate ainda vasculhavam os escombros do que restou do telhado de uma loja de departamento, no Tangará Shopping, em busca de feridos, quando o responsável pelo empreendimento, Nei Lorenzetti, gravou um áudio e jogou nas redes sociais. Se a intenção era dar uma satisfação à opinião pública, o remendo saiu pior que o soneto. A justificativa ou explicação de Lorenzetti gerou uma onda de comentários negativos, inclusive em páginas patrocinadas por empresas do grupo que administra o Shopping de Tangará da Serra.  

Em mensagem de áudio, afirmou Lorenzetti:  

“O pessoal estava trocando telhas lá, telhas que estavam mais velhas, e o pessoal que estava colocando as telhas, colocaram tudo de um lado só, e fizeram em pilha. A cada três metros foram fazendo pilha de 20, 30 telhas e sobrecarregou a estrutura (…) e quando sobrecarregou demais, cedeu uma das tesouras e cedeu outras do lado”.    

Em situação dessa natureza, o esperado de um empresário ciente de sua responsabilidade social, seria manifestar solidariedade as vítimas, se colocar à disposição das autoridades para colaborar com as investigações sobre as causas do sinistro e assumir o compromisso de reparar eventuais danos sofridos por pessoas atingidas e por lojistas que tiveram que suspender o atendimento ao público.    

Enquanto as explicações de Nei Lorenzetti não esclarecem absolutamente nada quanto as causas do sinistro, as hipóteses para o desabamento do telhado da loja de departamento circulam com força nas redes.    

Um construtor de estrutura metálica, ouvido pelo site, sob a condição de anonimato, contradiz Nei. Segundo ele, a estrutura que sustenta a cobertura do Shopping deveria suportar muito peso, no mínimo 5 mil quilos em peso de carga. “Agora, imagina a quantidade de telhas que teria que ser empilhada lá. Esse argumento é sem fundamento”.  

A fonte do site sugere que devido à falta de manutenção do telhado, a ferragem pode ter sido oxidada devido ao contato com a água de chuva. “A formação de ferrugem enfraquece o ferro, que perde resistência”.  

Em uma rápida consulta ao manual de química, percebe que a hipótese levantada pelo construtor faz sentido. De fato, a ferrugem é o resultado da reação entre ferro e oxigênio, que resulta em oxido de ferro. Como o ferro só consegue se unir ao oxigênio do ar se puder soltar elétrons, a água dos vazamentos no telhado foram fundamentais para o enfraquecimento da estrutura e seu consequente desabamento. Claro, a palavra final será da perícia técnica.  

Seria prudente que toda a estrutura de cobertura do Tangará Shopping fosse submetida a uma rigorosa perícia. O prédio não é novo e o histórico de gotejamento é antigo. São frequentes as reclamações de gotejamentos em outras lojas instaladas no centro comercial. Cautela e caldo de galinha nunca faz mal a ninguém. Fica a dica.

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