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POLÍTICA Quarta-feira, 21 de Agosto de 2019, 14:25 - A | A

21 de Agosto de 2019, 14h:25 - A | A

POLÍTICA / TANGARÁ DA SERRA

Fracassa tentativa de laranjização do PSL; Caio recua e diz que filiação de Júlio precisa ser discutida!

EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra



A vida de servidor público não se equipara a peleia jurídica nos balcões do judiciário e muito menos a polimórfica e multifacetária atividade política. Lá trás, o genial Benito Di Paula já havia desafiado os sabichões de plantão. “Quero ver um cara sentar numa praça / assoviar e chupar cana”.  

O presidente da comissão provisória do PSL, Caio Garcia, é um jovem advogado dono de uma cultura jurídica reconhecida além dos limites geográficos da terra do raro pássaro dançarino – o tangará. Seu teórico de direita, conselheiro político e guru espiritual é o olavista Marcos Figueiró. Um jornalista familiarizado com os bastidores do mundo político. Figueiró é assessor de imprensa da Câmara dos Vereadores – a caixa de ressonância da política tangaraense. 

Pois é, Benito Di Paulo, já em 1978, dizia que “nem tudo pode ser perfeito / Nem tudo pode ser bacana”. Apesar de brilhantes intelectuais e exemplares servidores públicos, Caio e Marcos confundem alhos com bugalhos. É um erro estratégico pensar que podem gerir um partido político, no caso, o PSL, como se fosse uma organização sindical ou uma CUT Verde. As derrapadas cobram um preço. A história, via de regra, é implacável com os amadores e presepeiros.    

Caio Triste

Presidente do PSL de Tangará da Serra, Caio Garcia, cruza os braços e curva a cabeça depois de apresentar assessor de Junqueira como pré-candidato a prefeito

A primeira tentativa de empurrar o PSL para a base de apoio de Junqueira e usá-lo como guarda-chuva de eventual candidatura a prefeito de Wesley Lopes Torres (MDB) redundou-se em colossal fiasco. A articulação para filiar Júlio Cesar ao partido de Jair Bolsonaro, na condição de hipotético candidato à sucessão de Junqueira, foi outra esparrela.    

Ao site Bem Notícias, Júlio Cesar justificou sua presença no ato de filiação ao PSL, realizado em Cuiabá, no último sábado:  

“Eu já estava em Cuiabá, por compromissos particulares e aproveitei para me inteirar sobre a ideologia do partido. As palestras foram muito proveitosas, e me identifiquei com o discurso. Ainda não sou filiado a nenhum partido e estimo em breve, fazer parte do PSL”.  

No corpo da matéria assinada pela repórter Larissa Ariane consta que Cesar compareceu ao evento a convite de um membro da direção do PSL de Tangará da Serra.  

No Diário da Serra, que circula nesta quarta-feira, Caio Garcia dá um salto carpado triplo, tenta sair pela tangente e se eximir de participação na tentativa de levar o assessor de Junqueira para as fileiras do PSL. Afirmar que Júlio Cesar foi ao evento do partido a convite de Gunther Gomes é escamoteio da verdade. Essa filiação, segundo apurou o site junto a fontes confiáveis, estava sendo discutida nos bastidores da prefeitura há mais de 30 dias.  

A filiação de Júlio Cesar ainda é tratada como hipótese e, mesmo que venha ocorrer, será preciso discussões internas

A declaração de Caio ao DS ofende Júlio Cesar, que é um técnico qualificado, um professor universitário respeitado no meio acadêmico. Só faltou dizer que ele compareceu ao evento do PSL como intruso. E mais: Caio também desautoriza Gunther a buscar novos filiados para o partido.

Gunther convidou Júlio Cesar para se filiar ao PSL. A filiação, segundo diz Caio, “ainda é tratada como hipótese e, mesmo que venha ocorrer, será preciso discussões internas”.  

 

Qual fórum é competente para discutir filiações ao PSL? Nenhum. A senadora Selma Arruda declarou que o partido é democrático e que está de portas abertas para receber novas filiações. Aliás, quem quiser se filiar ao partido de Jair Bolsonaro pode fazê-lo, inclusive, pela internet. Basta acessar o site do partido (https://psl.org.br/filiacao.html), preencher a ficha de filiação. A exigência é ser ficha limpa, se declarar de acordo com o estatuto do partido e estar em pleno gozo de seus direitos políticos.  

O recuo de Caio expõe Júlio Cesar e Gunther Gomes a situação de vexame público. Mas corrige um equívoco. O PSL escapou incólume a mais uma tentativa de laranjização. A direita agradece. Um partido que tem em seus quadros uma senadora, um deputado federal e dois estaduais não pode se emaranhar nas ramas de melancia e muito menos se transformar num laranjal.  Fica a dica!

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