Da Redação
O prefeito de Tangará da Serra, Fábio Martins Junqueira (MDB), acaba de se manifestar nas redes sociais sobre a bombástica informação de que o Ministério da Saúde desabilitou os leitos de UTI do Hospital Municipal.
Visivelmente nervoso, gesticulando bastante, com voz embargada e esboçando um sorriso maroto, Junqueira se esforçou para transmitir segurança e tranquilizar a população. Faltou dizer a penas a verdade.
No vídeo em que se manifesta, o prefeito apresenta uma justificativa surreal para a desabilitação pelo Ministro Eduardo Pazuello (Saúde) dos oito leitos de UTI.
“Uma nova portaria será publicada com a habilitação de 13 leitos de UTI e 49 de enfermaria também para atendimento covid-19”, afirmou Junqueira, sem apresentar documento de prova.
O artigo 1º da Portaria Nº 1.554, de 17 de Junho, estabelece: “Ficam desabilitados 89 leitos das Unidades de Terapia Intensiva - UTI Adulto e Pediátrico Tipo II - COVID-19, dos estabelecimentos descritos no Anexo a esta Portaria”. Já o Artigo 2º determina a devolução do recurso de custeio dos leitos ora desabilitados no montante de R$ 12.816.000,00.
Além de Tangará da Serra, o Ministério da Saúde também desabilitou leitos de UTI nas cidade de Várzea Grande, Cuiabá, Sorriso e Rondonópolis. Juntos, esses municípios terão que devolver aos cofres do Governo Federal R$ 12,8 milhões.
Junqueira terá que devolver apenas R$ 1.152.000,00.
Será que o MS desabilitou leitos de UTI desses municípios para também ampliar a oferta de vagas de UTI e de enfermaria?
Qual sentido faria a desabilitação de oito leitos do Hospital Municipal, com a determinação expressa para devolver o repasse efetivado, se o mais prático seria a publicação de novo ato de habilitação de mais cinco leitos de UTI e 49 de enfermaria, conforme diz o prefeito? Nesse angu tem caroço!