Edésio Adorno
Tangará da Serra

Acorda cedo, ordenhar as vacas, fabricar queijos, cuidar dos animais e levar a vida com a dinidade de um matudo que trabalha desde criança. Essa era a rotina de Gilberto Cattani
O ex-vereador e deputado Lúdio Cabral (PT) finge que esqueceu seu passado turvo e permeado por denúncias, processos e acusações de envolvimento em atos de corrupção. O petista também faz questão de esquecer que foi ‘unha e cutícula’ de Eder Moraes e um dos beneficiários dos esquemas de corrupção que pipocaram na imprensa com a derrocada do ex-governador Silval Barbosa.

Com o nome estampado na extensa lista de propineiros da JBS e suspeito de custear sua fracassada campanha a prefeito de Cuiabá com recursos desviados dos cofres públicos, Cabral trocou de residência, lavou a cara com óleo de peroba e se apresenta como a única donzela do Coxipó.
Esse camaleonismo político tem o cinismo e a hipocrisia como principais componentes, além de uma pitadinha de falta de vergonha na cara e de oportunismo rastaquera.
É esse Lúdio Cabral, adepto do apedeuta que liderou o maior esquema de corrupção da história republicana, que se apresenta como vestal da moralidade e cobra a cassação do mandato do deputado Gilberto Cattani sob a insustentável acusação de suposta prática de homofobia. É verdade que Cattani postou no Instagram uma frase politicamente incorreta, a qual foi deletada logo em seguida.

Cattani, um assentado da reforma agrária no Pontal do Marape, em Nova Mutum, sempre foi um homoforte, jamais homofóbico. Foi criado no cabo da enxada e nesse trabalho duro do campo constituiu e sustenta sua família.
Gilberto Cattani defende os valores da família tradicional, mas nunca faltou com o respeito ou lutou pela redução dos direitos legitimamente conquistados pela comunidade LGBTQIA+. Acusá-lo de homofobia é uma leviandade.
Cattani defende, apoia, valoriza e se esforça para assegurar ao ser humano, independente de sua orientação sexual, de sua religião ou cor da pele, uma existência compatível com a dignidade da pessoa humana. E o exemplo vem de casa e de sua história de vida - vida sofrida, registre-se.

O corrupto, ou seja, quem rouba dinheiro público, é a um só tempo uma mistura nociva e abominável de feminicida, patricida, homofóbico e genocida. O ladrão do erário mata indiscriminadamente, tanto heteros quanto homossexuais.
Discursar em defesa do politicamente correto, mas tungar o dinheiro da saúde, da educação, da manutenção de estradas, da assistência social, da segurança pública, entre outras finalidades, é abusar do cinismo e debochar do povo.
Lúdio exigir da ALMT a cassação do mandato de Cattani é o mesmo que pretender mudar a natureza das coisas e tornar natural o poste mijar no cachorro. Chega, né, Petralha?