Da Redação
A Bronca Popular
Recentes mudanças introduzidas na legislação eleitoral reduziram o número de candidatos por partido, criaram a chamada federação partidária e estabeleceram três formulas de cálculos dos votos para acesso às vagas disponíveis nos parlamentos municipal, estadual e federal.
Quociente eleitoral (QE)
Para eleger um deputado federal, o partido ou federação precisa atingir o QE, que é a soma dos votos válidos divididos pelo número de vagas disponíveis.
Com base em dados das eleições de 2018, o quociente para deputado federal em Mato Grosso não deve ser inferior a 185 mil votos.
Feita a totalização dos votos, o partido ou federação que atingiu o quociente eleitoral garante uma vaga; dobrou o QE, outra cadeira vai para sapicuá.
Nessa primeira tarrafada entra o candidato mais votado, desde que tenha alcançado votação não inferior a 10% do QE, ou seja, algo próximo de 19 mil sufrágios.
Abro aqui um parêntese para lembrar que a representação de MT na Câmara dos Deputados é composta por apenas oito cadeiras. Conquistar uma dessas vagas é o que se pode chamar de briga de foice no escuro.
Os grandes partidos montaram chapas extremamente competitivas. Aqui, pinço o PL como exemplo.
Pelo partido de Bolsonaro, os deputados Nelson Barbudo e José Medeiros vão à reeleição. Também integram a chapa a Coronel Fernanda, Abílio Brunini, Amália Barros, o policial federal Rafael Ranalli, a ex-prefeita de Sinop, Rosana Martinelli, o apresentador de TV Agnelo Corbelino e o vice-prefeito de Tangará da Serra Marcos Scolari Caso Scolari
A chapa de federal do PL deve sofrer ajustes até a data limite para as convenções partidárias – 05 de agosto. O que não deve mudar é a situação periclitante de Scolari. Sua chance de chegar a Câmara Federal repousa abaixo de zero. A frente dele, duas vagas diretas pelo QE serão disputadas por Medeiros, Barbudo, Coronel Fernanda, Abílio, Amália e, talvez, por Ranalli.
É praticamente consenso para analistas políticos que o PL briga por uma terceira vaga pelo critério da média ou, se preferir, pela sobra.
Para concorrer a uma cadeira pela sobra, o candidato precisa necessariamente ter votação mínima de 20% do QE, ouse, algo em torno de 37 mil votos.
O prefeito Vander Masson (PSDB) concorreu a federal em 2018. Naquele pleito, o filho do saudoso deputado Saturnino Masson teve a expressiva votação de 27.044 votos.
Será que Scolari tem combustível para ultrapassar a votação alcançada por Vander a ponto de entrar na disputa por uma eventual vaga pela sobra do PL? A resposta é de obviedade ululante.