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POLÍTICA Domingo, 29 de Março de 2020, 12:52 - A | A

29 de Março de 2020, 12h:52 - A | A

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Médico de homem que morreu por suspeita de covid-19 e cobrou leitos de UTI se diz ameaçado

EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra



O médico tangaraense José De La Bandeira, que assistiu um paciente no hospital de Nova Olímpia, que morreu, na madrugada deste domingo, por suspeita de covid-19, disparou duras críticas aos políticos, cobrou leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) e questionou: “gente, estamos preparados pra enfrentar uma epidemia? Ou despreparados pra morrer?”, disse ele e acrescentou: “precisamos de ajuda ou vamos ver muitos morrerem sem poder fazer nada”.  

Na manhã deste domingo, Bandeira retornou as redes sociais.

Desta vez para, segundo o que escreveu em sua página no Facebook, denunciar que estaria sendo ameaçado.

“Estão me ameaçando porque estou incomodando alguém”, denunciou, sem, no entanto, indicar de onde estariam partindo as ameaças ou informar se teria procurado a polícia para noticiar o fato.  

“Estão forçando pra me parar de mostrar a situação como é a realidade do trabalho da equipe de saúde hoje no Brasil. Continuarei sozinho e levando porrada, mas só vou parar e elogiar quando melhorar. Deus, minha família e amigos sabem o que estou passando e fazendo”, escreveu ele.  

Na mesma postagem, José De La Bandeira reclamou de críticas que teria recebido de um internauta nas redes sociais. “Um Senhor que não sabe que passei 36h num plantão manda eu trabalhar. Isso me ofendeu. Ele não tem noção o que é um plantão médico. Deus perdoa porque não sabe o que diz. Desculpa mas tinha que dizer isso”.  

Falta de leitos de UTIs

O brado do médico José De La Bandeira por leitos de UTIs é compreensível, as críticas que disparou contra os políticos são pertinentes.   Esse, no entanto, não é um problema exclusivo de Tangará da Serra e dos demais municípios do estado.  O Brasil e o mundo foram pegos de surpresa pela pandemia do coronavírus. Os países mais ricos e poderosos do mundo, como Itália, Espanha, Portugal, Grã-Bretanha e Estados Unidos, estão improvisando leitos hospitalares.  

Mato Grosso tem algo em torno de 400 leitos de UTIs disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A rede privada conta com cerca de 600 leitos, segundo informou o secretário Gilberto Figueiredo (Saúde), em entrevista à imprensa. O governo do estado deve entregar, dentro de poucos dias, mais 200 leitos de UTIs, que estão sendo construídos em regime de urgência no Hospital Metropolitano de Várzea Grande, segundo declarou Mauro Mendes.

Medidas de prevenção  

Diante a escassez de leitos de UTIs e da precariedade da rede pública de saúde do pais, o prudente, segundo alertou o ministro Henrique Mandetta (Saúde), é manter o isolamento residencial, evitar aglomeração de pessoas, observar o distanciamento social e higienizar as mãos com alcoll gel ou outro produto recomendado por médicos.

Medidas simples assim evitam a propagação rápida do coronavírus e a sobrecarga do sistema de saúde.    

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