EDÉSIO ADORNO
Se pelas vias democráticas não é possível alcançar as mudanças que o Brasil precisa, como afirmou Carlos Bolsonaro, então o caminho seria o autoritarismo.
O deputado Nelson Barbudo, que comanda o PSL, parece ter incorporado esse espirito de aversão a democracia. Ele próprio foi escolhido presidente do partido do presidente Jair Bolsonaro por ter sido o campeão de votos para federal.
A filiação da senadora Selma Arruda ao Podemos deixou em aberto a vice-presidência do PSL.
O critério que levou Barbudo a direção do partido não foi observado para escolha do substituto da senadora na vice-presidência da agremiação. Sequer os prefeitos, vereadores e lideranças foram ouvidos ou consultados.
Barbudo escolheu o deputado Silvio Fávero, com quem divide o gabinete na Assembleia Legislativa, e submeteu ao referendum apenas do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Fávero foi eleito com 12.059 votos. O Delegado Claudinei, também do PSL, chegou ao parlamento conduzido por exatos 29.988 sufrágios. Se preferir, quase três vezes mais votado que o novo vice do PSL.
Deve ter pesado na decisão nada democrática de Barbudo o fato do secretário-geral da sigla, Carlos Daltro Hayashida, também ser o chefe de gabinete o deputado Silvio Fávero.