EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
O presidente do diretório municipal do PSDB e virtual candidato a prefeito de Tangará da Serra, Vander Masson, postou em uma rede social a foto de um encontro que teve com os dirigentes do PSL, Caio Garcia e Marcos Figueiró, na última terça-feira, em horário não informado.
A foto também foi postada na página do PSL. Uma notinha explica a motivação do encontro de tucano e bolsonaristas:
“Reunião do Presidente do PSL Tangará da Serra, Caio Garcia da Silveira, com o presidente do PSDB Tangará da Serra, Vander Masson, na terça-feira (23/07/2019). Na pauta, a proposta de federalização da MT 358 – projeto que tramita na Câmara Federal”.
O site postou, no início da noite de ontem (terça-feira 23/07) uma matéria sob o título: “Tucano constrói candidatura de oposição a Mendes e ao presidente Bolsonaro”. A repercussão foi brutal. Preocupado com a possibilidade de abalo em sua trajetória rumo a prefeitura de Tangará da Serra, Vander Masson usou a foto de um encontro com membros dos PSL para tentar desfazer a imagem de tucano opositor de Bolsonaro. O retrato foi compartilhado a exaustão nas redes pelo próprio tucano e por seus aliados.
Em sua página no Facebook, Vander faz uma justifica superficial, quase ingênua, da federalização da rodovia MT-358, afirma que apresentou o projeto da dita cuja aos dirigentes do PSL, Caio Garcia e Marcos Figueiró e arremata: “Com apoio do PSL, espero viabilizar uma audiência com representantes do Governo Federal para defender a federalização”.
Senadora Selma Arruda reage a cilada tucana
Conversei com a senadora Selma Arruda. Ela não gostou nenhum pouco de saber que o PSL de Tangará da Serra estaria flertando com o PSDB. “O ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, já nos comunicou que não há recursos para atender a grande demanda por federalização de rodovias estaduais”, frisou a parlamentar.
A senadora lembrou que Faz parte da filosofia do presidente Bolsonaro diminuir a intervenção do estado na economia. “Nesses 200 dias de governo, os bancos públicos já venderam R$ 16 bilhões de ativos, aeroportos foram leiloados, o monopólio no abastecimento de gás foi quebrado e, ainda ontem, o governo transferiu parte do controle da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, para a iniciativa privada”, afirmou.
De acordo com Selma Arruda, o PSDB nacional faz dura oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro e, a todo momento, se alia a esquerda para tentar sabotar os projetos do Planalto. Os neófitos do PSL podem não saber. Mas a senadora, ainda durante a campanha eleitoral, foi vítima de ação orquestrada por tucanos de alta plumagem para derrota-la nas urnas. Depois de eleita, continuou sofrendo perseguição de membros graduados do PSDB.
Se aproximar ou manter relação de boa vizinhança com o PSL beneficia apenas o pré-candidato Vander Masson, que integra um partido francamente de esquerda - PSDB. Ademais, o PSL não precisa seguir a reboque do deputado Leonardo Albuquerque, do Solidariedade, que é comandado pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força, aquele que afirmou defender uma reforma (da Previdência) desidratada para não favorecer a reeleição de Bolsonaro.
O PSL de Mato Grosso tem dois deputados estaduais, Silvio Fávero e o delegado Claudinei; tem o federal Nelson Barbudo e a senadora Selma Arruda. Estranhamente, Vander Masson fez curva e errou de porta.
“Nosso partido tem uma linha pragmática definida. Não faremos concessão com a esquerda. O PSDB não faz parte da base de apoio do presidente Bolsonaro na Câmara dos Deputados e nem no Senado da República”.
Pelo visto, o tucano tentou se aproximar do PSL com o objetivo de se fazer passar por devoto da direita, ou quem sabe, por bolsonarista desde criancinha. O tiro saiu pela culatra.
