EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
O Supremo Tribunal Federal (STF) se reveste de importância singular enquanto se mantiver fiel cumpridor de sua missão institucional, qual seja, de guardião da Constituição Federal.
Na medida em que seus membros estupram a Carta Política e inovam a ordem constitucional ao seu livre talante, perdem a legitimidade e se tornam objetos da indignação do soberano da República, Sua Excelência, o POVO.
O presidente da República, deputados, senadores, ministros do STF, do STJ e todos os demais que se submetem ao crivo das urnas ou de concurso público são meros inquilinos do poder político, que o exercem em nome, no interesse e por autorização do expressa do soberano – o povo.
O presidente do STF, Dias Toffoli, se minimamente instruído em matéria de direito constitucional, deveria saber disso. Se não sabia, acaba de aprender uma dura lição. O recuo do proposito de bisbilhotar mais de 600 mil dados sigilosos não significa respeito a ordem legal. Longe disso.
Toffoli recuou porque amarelou, se sentiu amedrontado com o barulho das ruas e das mídias sociais. Deu meia volta e engatou marchar à ré para evitar um dano ainda pior que se resume na mais temida das locuções: impeachment.
Toffoli derrubar a coroa imperial de Toffoli foi uma alternativa estratégica para tentar conter o avanço da CPI da Lava Togo e o manifesto desejo de deputados e de senadores de passar o STF a limpo. Será que o togado acertou na jogada?