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POLÍTICA Segunda-feira, 05 de Outubro de 2020, 15:33 - A | A

05 de Outubro de 2020, 15h:33 - A | A

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Travessia do rio Cuiabá: um desafio para aventureiros políticos

Edésio Adorno
Cuiabá



A história ensina apenas quem com ela pretende aprender. Pena que nem todos valorizam os feitos do passado. Exatamente por isso, são incapazes de tirar lições dos erros e acertos de quem venceu ou se sucumbiu diante de uma batalha qualquer.  

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), que tem diante de si o desafio de fazer sua campanha eleitoral e ao mesmo tempo se defender das graves acusações de corrupção que pesam sobre suas costas, arranjou um terceiro pepino para descascar. Ele está decidido a conquistar Várzea Grande, pilhar suas riquezas e colocar seu filho primogênito, Emanuelzinho, no trono da cidade.  

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Em 1992, o empresário Murilo Domingos zarpou de Várzea Grande para Cuiabá, contratou o publicitário Mauro Cid, arregimentou um séquito de soldadinhos e avançou sobre a periferia. Murilo tinha uma mala cheia de dinheiro e na cabeça o sonho quase imperialista de assumir o comando político de Cuiabá. Sua caravana foi abatida antes de efetivar a travessia do rio Cuiabá. Dante de Oliveira impôs humilhante derrota ao dono da Casa Domingos.  

No ano de 2000, foi o próprio Dante de Oliveira que apavonou-se a ponto de pensar que poderia dominar várzea Grande. Lino Rossi caiu em seu canto de cisne. Foi enviado para o outro lado do rio Cuiabá como emissário do Homem das Diretas Já. Sofreu acachapante escaramuça de Jaime Campos, que se manteve dono do pedaço com a aprovação de quase 80% dos votos válidos. Humilhado, Rossi recuou e fez o caminho inverso.

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Mais de 20 anos depois das investidas fracassadas de Murilo e Dante, Emanuel Pinheiro avalia que chegou sua hora de fazer a travessia do rio Cuiabá.

O corsário encarregado da missão e seu preposto de confiança é seu próprio filho, o inexperiente Emanuelzinho Pinheiro que, para atender os desejos do pai, vai trair seus eleitores de Cuiabá e dos demais municípios que nele votaram para deputado federal.  

Há uma lenda que diz que o povo de várzea Grande sempre recebe os paraquedistas e aventureiros com um chicote nas mãos. Se o várzea-grandense ainda mantém essa firmeza de caráter e de princípios, Emanuel Pinheiro pode preparar a salmoura para curar as feridas que serão abertas nas costas de seu filho. Afinal, chicote deixa marcas profundas!

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Palácio Alencastro: a depender do resultado das urnas, pode abrigar os gabintes dos prefeitos de Cuiabá e de Varzea Grande 

Mas se tudo der certo e Emanuelzinho conquistar o trono político da Cidade Industrial, Várzea Grande será transformada em um puxadinho de Cuiabá e, enfim, será governada a partir do palácio Alencastro. Emanuelzinho será apenas um cumpridor de ordens de seu pai e de sua mãe, a socialite Márcia Pinheiro. Cuiabá agradece e os cabos eleitorais de Pineheiro terão emprego garantido por quatro anos do outro lado da ponte. Então, vale a pena tentar fazer a travessia do rio Cuiabá.

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