O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Eduardo Botelho (União), se manifestou contra a possível demarcação da terra indígena Kapôt Nhinore, localizada nos municípios mato-grossenses de Vila Rica e Santa Cruz do Xingu.
O anúncio do estudo para demarcação dessa área foi feito pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, durante o evento "Chamado Raoni", realizado na Aldeia Piaraçu, em São José do Xingu, com a presença de mais de 800 indígenas.
A área delimitada abriga a aldeia onde o Cacique Raoni nasceu e possui significado sagrado para o povo kayapó. Com aproximadamente 362.243 hectares, a região é de ocupação tradicional dos povos Kayapó Mebêngôkre e Yudjá, que reivindicam o território desde a década de 1980.
Botelho expressou sua preocupação com a possível demarcação, alegando que a área abriga poucos indígenas, cerca de 60, enquanto é ocupada majoritariamente por fazendeiros. Ele destacou que é necessária uma análise cuidadosa antes de tomar qualquer decisão e ressaltou que a questão é de competência nacional, não estadual.
O deputado afirmou que aguardará a realização de um estudo detalhado sobre o caso, mas, até o momento, é contrário à demarcação. Além disso, a bancada de Mato Grosso em Brasília já solicitou explicações ao Ministério de Sônia Guajajara sobre o tema, demonstrando a relevância da discussão para o estado.