Da Redação
A Bronca Popular
Ao tentar sustar a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), colocou em risco não apenas sua liderança, mas também o frágil equilíbrio entre os Poderes.
A manobra – rápida, articulada e aprovada por 315 votos – soou como um afago ao bolsonarismo e reacendeu a tensão com o Judiciário.
O STF reagiu com firmeza e desautorizou a investida, expondo Motta a um desgaste institucional evitável.
Prometendo diálogo ao assumir o comando da Câmara, Motta agora é cobrado por aliados e confrontado por adversários.
O voto contundente do ministro Flávio Dino selou o recado: não cabe ao Legislativo interferir em ações judiciais em curso.
A tentativa de blindar Ramagem — e por tabela, figuras como Braga Netto e Jair Bolsonaro — foi além dos limites constitucionais.
Resta a Hugo Motta recuar com sobriedade.
Insistir será cavar a própria irrelevância num momento em que o país precisa de pacificação, não de provocação.