Da Redação
AVAT/Assessoria
Do ponto de vista da AVAT e do Radar da Estrada, os dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso não são apenas estatísticas frias. São vidas interrompidas, corpos mutilados, famílias destruídas e um prejuízo social que cresce em silêncio.
Entre janeiro e novembro de 2025, foram 13.879 atendimentos por acidentes de trânsito, número que já se aproxima do total de todo o ano de 2024. A tragédia segue em ritmo acelerado.
O retrato mais cruel está nas motocicletas: 10.697 ocorrências, o equivalente a 77% de todos os acidentes atendidos. Jovens trabalhadores, pais e mães de família são maioria entre os mortos e sequelados. Não é exagero afirmar que a motocicleta virou símbolo da vulnerabilidade no trânsito mato-grossense.
Agosto e novembro concentraram picos alarmantes de acidentes, repetindo um padrão que se renova ano após ano. Mudam os meses, mudam os discursos, mas o sangue continua no asfalto.
Enquanto isso, os custos recaem sobre o SUS, a Previdência, as famílias e toda a sociedade, que paga a conta de um modelo de mobilidade inseguro e negligente.
É correto orientar sobre capacete, cinto e direção defensiva — mas isso não basta. Falta fiscalização efetiva, educação contínua, infraestrutura segura e políticas públicas que tratem o trânsito como questão de saúde pública, não como detalhe administrativo.
Na AVAT e no Radar da Estrada, insistimos: não são “acidentes”, são tragédias evitáveis. Cada número divulgado carrega um nome, uma história e um futuro interrompido. Até quando o poder público vai aceitar essa carnificina como normal? Até quando o asfalto seguirá vencendo?













