Da Redação
Retratos da Comunidade
Desgastado e relegado ao ostracismo, o radialista e ex-senador Antero Paes de Barros tenta ressurgir do fundo do fosso político em que se encontra para disputar uma vaga de deputado federal pelo PV, partido integrante da federação de esquerda com PCdoB e PT.
Quem conhece o “Anterinho”, criador do famigerado Comitê da Maldade, sabe que sua trajetória eleitoral sempre dependeu da força de terceiros — especialmente do saudoso Dante de Oliveira.
No comando do extinto Ministério da Reforma e Desenvolvimento Agrário, no governo Sarney, Dante simplesmente presenteou Antero com uma cadeira de deputado federal.
E em 1994 repetiu o feito: eleito governador de Mato Grosso, Dante arrastou Antero ao Senado numa eleição em que nem ele, muito menos a própria família, acreditava minimamente na possibilidade de vitória. A descrença era tão profunda que, durante a convenção do PSDB no Ginásio Dom Aquino, houve até sessão de choro, com aliados lamentando a missão quase impossível que seria tentar eleger Antero senador.
O destino, porém, ajudou — e o pupilo de Dante chegou ao Senado. Mas o brilho durou pouco: em 2002, Antero levou uma surra acachapante de Blairo Maggi na disputa pelo governo e desapareceu da linha de frente da política, mergulhando numa clausura forçada que durou duas décadas.
Agora, fazendo o que sempre fez — criticar por criticar — Antero tenta desqualificar o governo Mauro Mendes, justamente a gestão que mais entregou resultados concretos para Mato Grosso nos últimos tempos. Com ataques vazios e sem fundamento, tenta pavimentar seu retorno à Câmara Federal, ignorando um detalhe decisivo: o dono da coleira que o puxou duas vezes até Brasília já não está mais aqui.
Sem Dante, Antero terá dificuldade até para recuperar a antiga cadeira de vereador em Cuiabá, que um dia ocupou.













