Da Redação
Blog Edição MT
Os disparos e o lançamento de explosivos contra agentes da Polícia Federal arrefeceram o otimismo na coordenação de campanha de Bolsonaro. Roberto Jefferson fracassou na tentativa de virar mártir do bolsonarismo. No final da tarde, foi preso como um criminoso comum, mas deixou no gabinete do presidente um clima de barata voa.
Ainda é cedo para avaliar o tamanho do estrago que os projeteis do fuzil de Jefferson e as três granadas por ele lançadas contra os agentes da federal causou na campanha de Jair Bolsonaro. O capitão também não tem essa informação, mas, por via das duvidas e orientado por conselheiros, preferiu se antecipar ao problema.
Bolsonaro gravou um vídeo para as redes sociais, por meio do qual chamou Jefferson de bandido.
A ala extremista do PTB não gostou da manobra do capitão.
A reação de Bolsonaro deixa claro que ele pretende se descolar do velho amigo e aliado. Não fica bem para um candidato ter sua imagem associada a um individuo que despejou uma saraivada de tiros contra agentes da lei.
Um fato, no entanto, intriga observadores mais atentos: o que o suposto padre Kelmon foi fazer na cena do crime e quem autorizou sua entrada na casa de Jefferson? Imagens de televisão (CNN) mostram quando o pretenso religioso entrega um fuzil a PF. O que mais Kelmon teria retirado da residência? Essa pergunta precisa ser respondida pela investigação.
Bolsonaro teria solicitado a Kelmon visitar Jefferson e convencê-lo a se entregar à polícia? Mais uma pergunta sem resposta. Bolsonaro de fato considera Jefferson um bandido ou a retórica teria sido mero jogo de cena? Enquanto os questionamentos permanecem sem respostas, a ordem na campanha de Bolsonaro é se distanciar, se descolar de Jefferson. A infeliz criatura deve ser evitada como se foge de um leproso. Daí, o clima de barata voa no núcleo duro de campanha de Jair Bolsonaro.