Da Redação
Blog Edição MT
Quem esperava a comprovação de uma fraude eleitoral com força suficiente para fundamentar o questionamento das urnas quebrou a fuça caprina.
Aloprados caminhoneiros, financiados por fanáticos empresários e ruralistas, interpretaram o silêncio do quase ex-presidente Jair Bolsonaro como uma recuada estratégica para montar um bombástico dossiê contra o sistema eleitoral, fecharam rodovias e ficaram a espera do momento para comemorar uma virada de mesa.
Na tarde desta terça-feira, Bolsonaro chamou a imprensa no Palácio da Alvorada e fez um comunicado relâmpago. Em sua fala, Bolsonaro reconheceu implicitamente, como disse Mourão, a vitória de Lula e agradeceu seus eleitores.
Aceitou a derrota
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro”, afirmou.
Bolsonaro declarou, em relação ao fechamento de rodovias, que “os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”, disse sem apresentar nenhuma prova.
Métodos da esquerda
Os caminhoneiros que esperavam uma palavra de apoio ou um afago do presidente tomaram uma bela descascada. “As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", afirmou o capitão.
Golpe era blefe
“Enquanto presidente da República e cidadão continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição", declarou Bolsonaro.
Transição para Lula
Autorizado pelo presidente Bolsonaro, o ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, iniciou o processo de transição com a equipe de Lula. Ele já conversou com a deputada Gleisi Hoffman e foi informado que o coordenador do processo de transição será o vice de Lula, Geraldo Alckmin.
Caminhoneiros
Caminhoneiros e bolsonaristas assanhados foram orientados a fechar rodovias e serviram como massa de manobra para o mito atingir seus objetivos. Aliás, belo objetivo. Bolsonaro terá uma mansão em Brasília, gordo salário e advogados para defendê-lo na penca de processos que serão baixados para a primeira instância após o fim do foro privilegiado. Tudo será pago pelo PL com dinheiro do fundo eleitoral – dinheiro público, claro!
Cara de tacho
Empresários e produtores rurais que gastaram com o financiamento do fechamento de rodovias ficaram com a cara de tacho e o nariz vermelho. O movimento que não tinha bandeira definida termina de forma melancólica. O prejuízo da aventura golpista será compartilhado com a sociedade. É preciso recuperar o prejuízo.