Da Redação
Blog Edição MT
Juristas tem teses, juízes tem entendimento jurídico e livre convencimento. Todos são bem remunerados e planam no topo da pirâmide social.
Na rua da amargura, na esquina do desemprego ou na fila do ossinho, o eleitor não entende o discurso rebuscado e cheio de juridiquês dos doutores, como também não compreende suas decisões. Sabe, no entanto, com base na práxis do dia-a-dia, que o resumo da opera significa mais cacete no fiofó de todos.
Nesse diapasão, o caso Neri ilustra uma verdade incontrastável: a justiça eleitoral criou um problema que nem ela será capaz de resolver. Vai terminar no colo de um dos onze iluminados do STF. O TRE-MT livrou Neri Gueller da condenação por abuso do poder econômico.
Em grau de recurso do MPF, o TSE condenou o parlamentar pelo crime não identificado pelos togados TRE-MT. E foi além: cassou o mandato do deputado recém-migrado para os braços de Lula.
Em cumprimento a decisão da Corte Superior Eleitoral, os juízes da Corte Estadual fizeram a recontagem de votos e ordenaram Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, empossar Marcos Marrafon na vaga do defenestrado Neri Gueller.
O TSE cassou o mandato de Gueller e suspendeu seus direitos políticos, tornando-o, portanto, inelegível.
O mesmo TSE assegurou ao candidato "inelegível" acesso a dinheirama dos fundos eleitoral e partidário.
Depois de muitas idas e vindas, uma discurseira danada e muito trololó, os juizes do TRE-MT deferiram o pedido de registro da candidatura do ex-deputado e inelegivel Neri Gueller ao senado. Alguma semelhança com o Samba do Crioulo Doido não terá sido mera coincidência.
Não fosse a nauseante balburdia que permeia esse caso, uma pergunta adicional poderia ser acrescentada: na remota hipotese de Gueller ser eleito senador, ele seria diplomado pela justiça eleitoral?
Em sendo afirmativa a resposta, então aquele cidadão estacionado na fila do ossinho poderia escrever em seu grupo de Whatsapp que tudo não passou de encenação e que a condenação do TSE era de mentiranha ou para usar a linguagem da internet, foi apenas uma fake news para distrair a atenção do eleitor de Mato Grosso?