Da Redação
Blog Edição MT
A psiquiatria explica que o mitômano mentir é um comportamento habitual, que se tornou tão natural a ponto de não causar nenhum remorso. Inventar a própria versão de uma determinada história é tão comum que até a pessoa que conta acredita que aquilo é real. A semelhança aqui com o comportamento padrão do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), não é mera coincidência.
Pinheiro mente e mente com grande e inigualável desenvoltura. Mentir e acreditar na própria mentira é uma janela de fuga adota por ele para não ver a realidade. Nesse mundo paralelo da mentira, no qual vive, Emanuel não viu e se nega a ver os cadáveres de nove mil pessoas que morreram como baratas na fila das cirurgias.
Trancado em seu labirinto de fantasia, o prefeito também não admite que 10 operações policiais na secretaria de Saúde resultaram no afastamento e prisão de figuras graduadas com as quais tinha relacionamento estreito e muito suspeito.
Dono de uma consciência cauterizada, como resultante da mentira contínua, cuja situação adormece o senso moral de certo ou errado, Nenel não consegue perceber que sua administração desmoronou como um castelo de areia.
Isolado politicamente, desmoralizado e com chances reais de passar uma temporada na masmorra, segundo alerta dado pela deputada Janaína Riva (MDB), Pinheiro faz ouvido de mercador e se comporta como o peixe baiacu, quando se sente ameaçado por algum predador: infla o corpo e mostra seus espinhos. Torna-se um falso grande apenas para não ser engolido por predadores.
As lorotas e bravatas de Pinheiro guardam forte semelhança com a tragicômica história do grandiloquente porta-voz do ditador Saddam Hussein, Tariq Aziz. O sagaz jornalista tentava deter o avanço das tropas americanas sobre o Iraque usando apenas a bravata como arma de guerra. Quebrou a fuça caprina!
Emanuel Pinheiro segue o mesmo estilo da retórica oca de Aziz para tentar intimidar possíveis adversários. Na última segunda feira (10), o falastrão do Alencastro subiu em um caixote durante a inauguração de alguma coisa em Cuiabá, pediu para ser aplaudido, recomendou aos comissionados da prefeitura que lá estavam que não tenham medo do governador Mauro Mendes (UB).
Pinheiro aproveitou o ato para fazer o que mais sabe: mentir com desenvoltura.
Ele chamou o grupo político do governador de cambada, desafiou quem for homem que o enfrente nas urnas, prometeu fazer seu sucessor no Alencastro e estabelecer a terceira era do pinheirismo em Cuiabá.
Habilidoso na arte de manipular os fatos e falsear a verdade, Pinheiro ainda se esforçou para desqualificar seus possíveis adversários, pessoas que, segundo ele, não têm cheiro de povo, não gostam de povo e desprezam o povo.
Na concepção de Pinheiro amar o povo deve ser deixar ruas esburacadas e assistir de forma complacente e omissa a morte de nove mil pessoas na fila de cirurgias. Se é assim, então é o exemplo e a personificação do amor ao povo. Ah, não do povo que depende da saúde pública.