EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
Causou espanto e perplexidade um e-mail enviado pela Coordenação do Curso de Jornalismo do Campus da Unemat de Tangará da Serra para estudantes eventualmente viciados na erva do mal, a popular maconha ou simplesmente cannabis sativa.
A atitude da coordenação do curso é, a um só tempo, louvável e detestável. Preocupar com a recuperação de dependentes químicos é sempre uma ação meritória. Inaceitável é nada fazer para combater o consumo de drogas, em especial nas dependências da universidade.
Mais acachapante ainda é saber que um curso dominado por professores de esquerda, essencialmente doutrinadores ideológicos, deixa de lado o academicismo e recorre a uma ferramenta de direita, a psicologia, que é criticada como sendo a disciplina da norma, para tentar aplacar a chaga social causada pelas drogas licitas e ilícitas.
Michel Foucault, um filosofo de orientação marxista, faz demolidoras críticas a psicologia, a ponto de não considera-la sequer uma ciência. Mera ortopedia social. Inobstante esse pequeno detalhe, a iniciativa deve ser reconhecida como uma tentativa de enfrentamento da questão.
Importante mesmo seria a direção do Campus da Unemat de Tangará da Serra substituir a coordenação do curso de jornalismo. A medida seria benéfica para estudantes e para a instituição. A Unemat é uma instituição de ensino superior importante demais para ter sua imagem arranhada por estudantes aloprados e uma coordenação acéfala.
Denunciamos aqui, no dia 24 de maio, o suposto envolvimento de acadêmicos do curso de jornalismo com consumo de maconha. Até o momento, a coordenação do curso não se manifestou. Nenhuma nota foi divulgada à imprensa. Uma instituição pública tem sempre a obrigação de prestar conta de seus atos a sociedade. Pena que a coordenadora se omite, se cala. Enquanto isso, o tema permanece vivo nas redes sociais.