EDÉSIO ADORNO
Nas redes sociais, internautas bolsonaristas continuam disparando flechas envenenadas contra a TV Globo. A revolta popular contra a poderosa Vênus Platinada é compreensível.
Durante a campanha das Diretas-Já, ocorrida entre 1983 e 1984, a TV Globo, que defendia o regime militar, foi duramente criticada por não noticiar com imparcialidade o movimento que sacudia o Brasil de Leste a Oeste e de Norte a Sul por liberdade, justiça e eleições gerais.
Tempos depois, por ocasião das manifestações de massa pelo impeachment de Collor, a TV Globo ficou o quanto pode do lado do ladrão de poupança. O bordão "Abaixo a TV Globo, o povo não é bobo" virou declaração de guerra contra a emissora da família Marinho.
Resumo da ópera: a TV Globo sempre remou contra a onda popular. Demorou para fazer cobertura decente sobre o afastamento de Dilma Rousseff, protegeu Lula e agora afronta Bolsonaro. Não vai mudar nunca. É um dos maiores conglomerados de comunicação da América Latina.
As flechas disparadas pela militância bolsonarista servem apenas para alimentar a própria militância e manter o coeso o exército do capitão. O discurso de não renovação da concessão da emissora faz parte dessa narrativa e, igualmente, serve como combustível para energizar o ativismo de direita.