EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
Com rachaduras na estrutura, infiltrações, problemas nas redes elétricas e hidráulica, localizado em cima de uma área de preservação permanente, o prédio que abriga a prefeitura é um horror sob ponto de vista arquitetônico. O terreno teria sido uma doação do município. No espaço chegou a funcionar por algum tempo uma universidade.
Não se sabe qual o valor do aluguel que a prefeitura paga pelo imóvel. Fala-se em R$ 130 mil por mês. Um valor excessivamente alto. O valor de um bem, produto ou serviço é definido pela oferta e procura. Essa é uma regra básica do mercado. Quem, além da prefeitura, teria interesse em locar aquele caixotão?
Se a prefeitura ameaçar rescindir o contrato de locação, o valor do aluguel pode cair pela metade. É pegar ou largar. Rejeitar a proposta significa entregar o prédio ao abandono e suscetível a depredação por vândalos. Os proprietários do imóvel não teriam escolha. A redução no valor do aluguel seria inevitável. Reduzir ou ter despesas com a manutenção à espera de outro improvável inquilino?
Os vereadores podem autorizar a transação, ou seja, podem autorizar o desembolso de quase R$ 15 milhões para comprar o imóvel. Antes, porém, deveriam ouvir o CREA, a população, abrir a questão para o debate popular.
Um projeto dessa magnitude não pode ser aprovado a toque de caixa. Governar é escolher prioridades prioritárias para o povo. Dentre as prioridades apontadas pela população nem de longe ou por suposição está a compra de prédio.
Segundo informação recebida pelo site, o vereador Rogério Silva (MDB) estaria visitando até parlamentares da oposição para convencê-los a não obstaculizar a aprovação do projeto que autoriza a prefeitura comprar a peso de ouro o imóvel. Silva parece não ter aprendido nada com o caso Faixa Azul.