EDÉSIO ADORNO
Da Editoria de Política
O clima esquentou e fedeu enxofre queimado nos bastidores da política de Campo Novo do Parecis, uma das mais promissoras cidades do sudoeste de Mato Grosso. A balburdia toda começou quando o vereador Milton Soares, considerado servo do vice-prefeito Dhemis Rezende, se apegou a questiúnculas regimentais para tentar puxar a cadeira do prefeito Rafael Machado (PSD).
Em contato com o site, Rezende negou qualquer movimento de conspiração contra Machado. Segundo pontuou, a frase “vice que respira, conspira” não se aplica ao seu caráter. Verdade ou ausência dela, somente o tempo dirá.
Na sessão da última segunda-feira (13), a maioria dos vereadores rejeitou uma denúncia vazia apresentada pelo vereador Milton Soares contra o prefeito. Se acatada, Rafael seria afastado do cargo para responder ao processo.
Os vereadores Gilberto Vieira, Vanderlei Baioto, Rosinha Colombo, Marcio Nascimento, Wagner Tavares e Dionardo Mendes descartaram a frágil e sofrível denuncia de Soares, mantiveram o prefeito no cargo e garantiram a estabilidade política da cidade. Quem apostou no caos quebrou a fuça.
Moradores da cidade, da zona rural, lideranças empresariais e de movimentos representativos da sociedade civil lotaram o plenário da Câmara Municipal. Os ex-prefeitos Zel Fedrizzi, Jesur Cassol, Sergio Stefanello e Mauro Walter Berft fizeram questão de marcar presença para defender o mandato e o governo de Rafael Machado.
Clóvis de Paula, que pretende disputar a prefeitura em 2020, perdeu tempo, prestigio e algo mais
A reação popular contra a presepada de Soares, além do próprio, deixou seu substituto Aguinaldo Lira e os demais cavaleiros do caos em situação de visível constrangimento público. Humilhados e derrotados, alguns ainda tiveram a desfaçatez de chorar as pitangas nas redes sociais.
Se o leitor pensa que apenas os vereadores de oposição saíram de orelha murcha e cabisbaixos dessa celeuma fabricada por Soares, pode reavaliar os fatos. O principal articulador dessa presepada, Clóvis de Paula, que pretende disputar a prefeitura em 2020, perdeu tempo, prestigio e algo mais. O lobo foi ferido.
Dhemis Rezende, outro pré-candidato a prefeito, omisso por natureza, formação e parteira, não teve pulso para demonstrar lealdade a Rafael e nem coragem para defender publicamente seu afastamento. Não foi quente e nem frio, apenas morno. Ele deve saber o significado disso a luz dos cânones de Apocalipse. Em conclusão, Rafael Machado permanece no comando da administração municipal, a velha política sofre mais um duro revés. O próximo será em 2020.