Edésio Adorno
A Bronca Popular
Em um artigo anterior, abordei a temática do amor na melhor idade, enfatizando a importância de desafiar preconceitos e viver em plenitude nessa fase da vida.
Para minha surpresa, uma leitora, possivelmente tão jovem quanto eu, expressou uma opinião contrária no rodapé do texto, afirmando que "Isso não é amor, é sexo. A velhice existe para sermos livres dos hormônios e enxergar o verdadeiro amor".
Essa afirmação levanta uma questão interessante: os hormônios nos impedem de enxergar e vivenciar o amor em sua plenitude? É óbvio que não. Afinal, o sexo em si não se confunde com amor, mas é uma atividade prazerosa e natural.
O amor, por sua vez, vai muito além disso. Ele precede o sexo, estimula sensações, aguça a libido e fortalece os sentimentos.
O amor não possui restrições de idade.
Não há uma etiqueta de validade fixada na testa de homens e mulheres.
O envelhecimento começa na mente e se reflete em todo o corpo.
Aqueles que chegam à melhor idade e acreditam que devem "pendurar as chuteiras" ou "amarrar o facão" estão se privando de vivenciar experiências maravilhosas.
Essa mentalidade de "velho precoce" é uma fuga da vida plena, do amor e da felicidade.
A atração e o desejo não são exclusividade dos jovens. A maturidade traz uma sabedoria e uma compreensão que podem aprimorar ainda mais as relações amorosas.
Nada impede que um homem ou mulher, em qualquer idade, se sinta atraído por alguém compatível e seja capaz de amar e ser amado.
A velhice não deve ser vista como um período de renúncia ou isolamento afetivo.
Pelo contrário, é uma fase em que podemos explorar novas dimensões do amor, com base em experiências e vivências acumuladas ao longo da vida. É um momento de liberdade e aceitação, de descobrir o verdadeiro significado do amor em todas as suas nuances.
Portanto, é fundamental combater os estigmas e preconceitos relacionados ao amor na melhor idade. Devemos encorajar os idosos a viverem plenamente, a amarem, a serem amados e a desfrutarem das mais belas emoções que o amor pode proporcionar.
O amor não conhece limites de idade, e é essencial que valorizemos e celebremos as conexões emocionais que se formam ao longo da vida. Vamos abraçar a liberdade de amar em todas as fases, permitindo que o amor floresça e nos traga felicidade, independentemente da idade.
Em suma, a melhor idade é uma oportunidade maravilhosa para viver e amar intensamente.
Então, vamos romper as barreiras impostas pelos estereótipos e aproveitar cada momento dessa jornada, construindo relacionamentos baseados no amor verdadeiro, na compreensão e na cumplicidade.
O amor na melhor idade éuma experiência valiosa e enriquecedora que todos devemos abraçar. Vamos celebrar o amor em todas as idades e permitir que ele floresça em sua plenitude, trazendo alegria e realização para nossas vidas.
Afinal, o amor não tem idade, e a melhor idade é o momento perfeito para vivê-lo intensamente.