Da Redação
A Bronca Popular
O crime organizado no Brasil movimenta, anualmente, pelo menos R$ 146,8 bilhões com a comercialização de produtos lícitos, como combustíveis, lubrificantes, bebidas, ouro e tabaco.
O valor, equivalente a três vezes e meia o orçamento do Ministério da Educação (MEC), foi estimado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgado pelo Metrópoles.
O estudo intitulado Follow the Products analisou a atuação de grupos criminosos nesses setores, apontando estratégias como contrabando, falsificação, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Para isso, foram consultadas bases de dados da Polícia Federal, instituições acadêmicas e relatórios de organizações da sociedade civil.
O levantamento revela que a comercialização de produtos lícitos representa 42,1% do faturamento total do crime organizado, estimado em R$ 348,1 bilhões por ano.
O segmento mais lucrativo é o de celulares e golpes virtuais (R$ 186,1 bilhões), enquanto o tráfico de cocaína, tradicionalmente associado ao crime, movimentou R$ 15,2 bilhões em 2022.
Combustíveis: o mercado mais lucrativo
O setor de combustíveis e lubrificantes lidera os lucros ilícitos, gerando R$ 61,4 bilhões ao ano.
Segundo o estudo, a quantidade de combustível ilegal comercializada no Brasil em 2022 seria suficiente para abastecer toda a frota nacional por três semanas.
O crime organizado se infiltra nesse setor por meio de adulteração de combustíveis, roubo de cargas, desvios em dutos e fraudes em importações.
Além disso, há impacto direto no meio ambiente, já que combustíveis ilegais abastecem garimpos, impulsionam o desmatamento e facilitam o transporte clandestino de ouro.
Os pesquisadores alertam que os números podem ser ainda maiores do que os estimados, evidenciando a crescente influência do crime organizado na economia brasileira. (Com conteúdo do Metropoles)