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POLÍCIA Domingo, 05 de Julho de 2020, 18:42 - A | A

05 de Julho de 2020, 18h:42 - A | A

POLÍCIA / Agredida pelo "marido"

‘Gostaria de gritar para o mundo inteiro ouvir o tanto que sofri’

EDÉSIO ADORNO
Redação



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A Secretária-Adjunta de Administração de Aripuanã, Claudia Tscha, desafiou o medo da morte para enfrentar outro desafio: expor ao público, em sua página no Facebook, imagens do próprio rosto cicatrizado por hematomas causados pela força bruta do exemplar animalesco com o qual ela convivia. Os ferimentos na alma e no coração, no entanto, jamais serão revelados a terceiros.  

Claudia Tscha é mais uma vítima do crime de feminicídio.

O autor das agressões é apenas mais um daqueles tipos ordinários e desprezíveis que habitam indevidamente os espaços reservados para homens na mais abrangente acepção do termo. O nome e a foto do brutal exemplar animalesco não serão expostos aqui por uma razão simples: nossa reportagem não conseguiu apurar a identidade do covarde agressor de mulher.  

Em meio ao crescimento vertiginoso do índice de agressão e de assassinato de mulheres, Claudia Tscha pode se considerar uma sobrevivente. Não é a primeira vez que ela é subjugada e esfolada por seu companheiro.

“Quantas vezes me agrediu / sem falar o que fiz / eu só queria ser feliz”, escreveu ela, no Facebook e emendou um lamento intercalado por resignação e dor. “Você não compreendeu /o meu coração sofreu / sentindo o corpo padecer em troca de tanto amor/ tive sofrimento e dor”, escreveu ela   

Nas letras ardentes de um poema, Tscha confessa que é difícil entender o porquê de sua submissão.

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“Sirvo pra tua cobiça / teu momento de prazer / porém nada vou dizer / o meu direito é se calar / se nem piso na calçada /mesmo assim fico marcada / sem ter forças pra lutar”. Em outro verso de seu poema, Tscha revela preocupação com o futuro. “Vivo a mercê da sorte / vou me recolher tão cedo / convivendo com o medo de escrever a própria morte”.  

Nas redes sociais, Claudia Tscha recebeu o apoio, o carinho e a solidariedade da população de Aripuanã. Ela é apenas vítima de um crime covarde. A reação da sociedade aripuanense não poderia ser diferente. Quanto ao brutal animalesco, bem, esse verme deve se ater com a polícia. Precisa ser preso e responsabilizado por seus crimes. O judiciário certamente vai deferir medidas protetivas contra esse agressor covarde. Isso é justiça.  

 

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José 05/07/2020

Esqueceram de dizer na.materia que ela apanha e no outro dia paga a fiança para tirar ele da cadeia. E não foi uma nem duas vezes foi pelo menos umas 10 ela só quer Ibope. No máximo terça feira já estara implorando pra ele voltar.

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