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POLÍCIA Quarta-feira, 05 de Outubro de 2022, 14:37 - A | A

05 de Outubro de 2022, 14h:37 - A | A

POLÍCIA / MORTE DE AGENTE

Por 13 votos a 5, Câmara cassa mandato do vereador Paccola

Processo por quebra de decoro foi instaurado após ele matar o agente socioeducativo na Capital

Da Redação
CÍNTIA BORGES, ANGÉLICA CALLEJAS E VITÓRIA GOMES



A Câmara de Cuiabá cassou, nesta quarta-feira (5), o mandato do vereador Marcos Paccola (Republicanos), pela acusação de quebra de decoro parlamentar.

 

Foram 13 votos favoráveis à cassação, cinco contrários, três abstenções e quatro ausências. "Resolução aprovada. Está cassado o mandato do vereador Marcos Paccola", anunciou o presidente da Câmara, Juca do Guaraná (MDB). 

 

O anúncio foi recebido com gritaria por manifestantes da galeria.

 

O parlamentar é réu na Justiça pelo assassinato do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, ocorrido no dia 1º de julho, no Bairro Quilombo, em Cuiabá.

Conforme o regimento interno da Casa de Leis, era preciso a maioria absoluta dos votos para que o mandato dele seja cassado, ou seja 13.

 

Paccola pediu justificativa de voto e disse ter se decepcionado com colegas que votaram pela sua cassação e os acusou de integrarem uma “organização criminosa”.

 

“Com alguns aqui eu não me decepcionei. Mas vereador Lilo, Sargento Vidal, vereador Rodrigo Arruda e Sá, eu me decepcionei muito. Eu não acreditava que os senhor faziam parte da maior organização criminosa que existe em Cuiabá. E eu vou provar”, disse.

No lugar de Paccola, deverá assumir o suplente Felipe Correa (Cidadania).

 

Paccola chora

 

Antes da votação, o vereador tomou a tribuna para falar sobre o processo de cassação. A defesa do vereador se estendeu por mais 2h.

 

Ele citou trechos do inquérito policial, e criticou a relatoria do processo de cassação na Comissão de Ética, feita pelo vereador Kassio Coelho (Patriotas). 

 

Visivelmente emocionado, com os olhos lacrimejando, Paccola disse não ter ficado satisfeito com o episódio que culminou com a morte do agente.

 

“Em momento algum me senti feliz ou satisfeito com o resultado, em se tratando principalmente de um colega de profissão. [...] Às vezes, ouvindo minhas falas, não tenham visto as minha lagrimas, nem as da minha família. Mas eu também tenho mãe”, disse o vereador.

 

Ele completou dizendo que poderia ter sido morto, posto que ‘Japão’ também estava armado. “Naquele dia, se a decisão que eu tomei não fosse aquela, muito provavelmente eu não estaria aqui”, disse.

 

Paccola, ao começar a fala, recebeu protestos da família do agente, que gritou por “Justiça”, na galeria da Casa de Leis. 

 

Ainda durante o discurso, Paccola chorou e disse que não quer “benevolência” dos colegas, mas que “coloquem a mão na consciência”.

 

“Gostaria de dizer aos parlamentares que estão aqui: não quero benevolência. Não quero que os senhores votem para me ajudar ou me prejudicar, nem por influencia de A ou B, mas por suas próprias convicções”, disse.

 

“[...]Esse julgamento para mim é mais difícil do que o que vai acontecer no Tribunal do Juri. Porque aqui os senhores não estão julgando a culpabilidade do fato. Estão aqui para julgar três itens, que eu carrego como razão de existência: dignidade, honra e integridade”, afirmou.

 

“Não faço questão do meu mandato, isso não é minha renda principal. Não cheguei aqui com apoio de político, cheguei aqui por missão e propósito. E o que peço hoje é que coloquem a mão na consciência”, acrescentou.

  

Paccola ainda voltou a falar que, caso seja cassado, irá ingressar na Justiça para reverter o processo.

 

Veja como votou:

 

Pela cassação

 

Adevair Cabral

 

Chico 2000

 

Licinho Júnior, suplente do Pastor Jefferson

 

Ricardo Saad

 

Edna Sampaio

 

Juca do Guaraná

 

Kássio Coelho

 

Lilo Pinheiro

 

Marcos Brito

 

Mario Nadaf

 

Rodrigo Arruda e Sá

 

Sargento Vidal

 

Wilson Kero Kero

 

Contra a Cassação

 

Demilson Nogueira 

 

Paulo Peixe, suplente de Eduardo Magalhães

 

Renato Motta, suplente de Dilemario Alencar

 

Sargento Joelson

 

Tenete-Coronel Paccola

 

Abstenção

 

Luiz Fernando

 

Felipe Correa, suplente de Diego Guimarães

 

Michelly Alencar

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