EDÉSIO ADORNO
Cuiabá
Barra do Garças surgiu em 1948. É o município mãe do Vale do Araguaia. Já foi dona de enorme extensão territorial e de uma grande população. Atualmente, com pouco mais de 61 mil habitantes, é o 8º maior município do Estado de Mato Grosso.
O prefeito Roberto Farias, herdeiro político de seu pai Wilmar Peres de Farias, administra um orçamento superior a R$ 70 milhões apenas em receita liquida corrente (RLC).
Se essa montanha de dinheiro não fosse compartilhada com comensais da prefeitura e nem usada para financiar empreguismo e favores a bajuladores políticos, certamente que seria o bastante para assegurar condições dignas de vida a população. Houvesse efetivo compromisso com o bem-estar do barra-garcense, o serviço de saúde pública não estaria na situação lastimável em que se encontra.
Priorizar a saúde pública agrada quem depende exclusivamente do SUS para aliviar suas dores e prolongar a vida, mas desagrada os empresários da saúde privada, que financiam campanhas eleitorais e bancam requintados regabofe para os donos do poder e seus vassalos. Beto Farias tem lado bem definido - o lado opulento da situação.
No inicio de abril, em plena pandemia global, ele transferiu toda a rede de saúde do municipio para o Instituto Social Saúde Resgate a Vida pela bagatela de pouco mais de R$ 32 milhões. O contrato chegou a ser assinado, mas o negócio escandaloso, imoral e desumano, foi barrado pela juiza federal Daniela Gonçalves de Almeida, que atendeu os pedidos do Ministério Público Federa (MPF) e do Ministério Público Estadual (MPE). O filho do coronel Wilmar Peres de Farias reproduz no comando da prefeitura o conhecido estilo do pai, tal qual, não tem a menor empatia pelo povo.
O coronavírus não atravessou a ponte do Araguia ou do rio Garças sem antes avisar que pretendia se esbaldar no Porto do Baé, circular pelas praias e se divertir nos bares, lanchonetes e nas casas noturnas da cidade.
Algum mentor do prefeito Beto Farias deve tê-lo informado que a localização geográfica de Barra do Garças, sua ligação umbilical com Goiás e a divisa que faz com vários municípios beneficiam o setor do turismo, potencializam a economia, aquecem o comércio, favorecem a integração social e escancaram as portas da cidade para o novo coronavírus.
Beto Farias fez ouvido de mercador para os primeiros alertas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS). Não fez a lição de casa, não implementou medidas de prevenção a disseminação do coronavírus.
Aliado a esse desprezo a ciência e a recomendações médicas, também não equipou a precária estrutura municipal de saúde. O resultado não poderia ser outro senão a disparada da covid-19, com a possibilidade real da elevação de números assustadores de mortes. Não remediou, agora precisa prevenir. Claro, a um custo social muito alto.
O presidente da AMM, Neurilan Fraga, informou, nesta quarta-feira, que vai sugerir que os prefeitos revejam o retorno das atividades econômicas e endureçam as medidas de contenção do coronavírus. Barra do Garças pode ter que decretar lockdown para tentar achatar a curva ascendente da covid-19 e impedir o colapso total da rede de saúde.
Durante a sessão plenária desta quarta-feira, o deputado Max Russi (PSB) cobrou da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) ajuda emergencial para Barra do Garças. O parlamentar reivindicou o fornecimento, em regime de urgência, de equipamentos de proteção individual (EPIs) às equipes de saúde, bem como a liberação de recursos estaduais para custear medidas de enfrentamento a pandemia da covid-19.
A Defensoria Pública já encaminhou nota a CDL e a outras entidades patronais para recomendar o fechamento de alguns setores da economia ou adotar escala reduzida. Uma recomendação absolutamente inócua. Esse poder está concentrado nas mãos do prefeito. Será que a Defensoria tem receio de fazer tal proposição ao chefe do Executivo Municipal? Fica a dúvida.
Olinda Martins 14/05/2020
A reportagem é muito boa, mas nós temos que nos conscientizar que esse prefeito está a frente da Prefeitura da Barra, por culpa é responsabilidade da população, que elegeram um incompetente, sem escrúpulo nenhum. Não tem a menor condição de ser um gestor voltado para as necessidades mínimas para atender a população e a cidade. Espero que a população tenha mais comprometimento com a cidade e não com auxílios pessoais na hora de escolher seus representantes.
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