EDÉSIO ADORNO
Redação
O governo Jair Bolsonaro vai permitir que empresas cortem pela metade jornada e salários de trabalhadores para tentar atenuar a crise gerada pela epidemia do novo coronavírus (Covid-19).
As medidas fazem parte de um pacote que a equipe econômica pretende enviar ao Congresso para evitar demissões por conta da queda na atividade econômica no país. As informações são da Folha.
Segundo o governo, a proposta não altera a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas fará uma flexibilização dela, que seria temporária e valeria apenas durante a crise do coronavírus.
Pelas regras anunciadas pelo Ministério da Economia, as empresas devem continuar pagando pelo menos o salário mínimo. Também não pode ser reduzido o salário hora do trabalhador.
Pelo andar da carruagem, o coronavírus será usado como cavalo de tróia dos trabalhadores da iniciativa privada. Mais uma vez a corda vai arrebentar do lado mais fraco.
Sempre foi assim e assim sempre será. Muda governo, entra governo e sai governo e a chibata continua sendo açoitada preferencialmente no lombo de quem trabalha e produz.
Tirar de quem já ganha uma merreca não é apenas injustiça. Trata-se de virulento ato de covardia.
Jair Bolsonaro poderia sair na frente e reduzir pela metade o salário da alta cúpula do governo federal.
Os congressistas também poderiam abrir mão de metade do gordo salário que recebem.
Como efeito dominó, a redução salarial chegaria as Assembleias Legislativas dos estados, forçaria vereadores, prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais a renunciar parte do polpudo salário que abocanham dos cofres públicos.