Sábado, 05 de Outubro de 2024

POLÍTICA Sexta-feira, 20 de Março de 2020, 15:23 - A | A

20 de Março de 2020, 15h:23 - A | A

POLÍTICA / PRIVILÉGIOS MANTIDOS

Bolsonaro autoriza corte de 50% dos salários na iniciativa privada; salário de políticos é intocável.

O objetivo é evitar demissões por conta da queda na atividade econômica no país; vereadores, deputados, congressistas, prefeitos e ministros estão fora desse facão.

EDÉSIO ADORNO
Redação



O governo Jair Bolsonaro vai permitir que empresas cortem pela metade jornada e salários de trabalhadores para tentar atenuar a crise gerada pela epidemia do novo coronavírus (Covid-19).  

As medidas fazem parte de um pacote que a equipe econômica pretende enviar ao Congresso para evitar demissões por conta da queda na atividade econômica no país. As informações são da Folha.  

Segundo o governo, a proposta não altera a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas fará uma flexibilização dela, que seria temporária e valeria apenas durante a crise do coronavírus.  

Pelas regras anunciadas pelo Ministério da Economia, as empresas devem continuar pagando pelo menos o salário mínimo. Também não pode ser reduzido o salário hora do trabalhador.  

Pelo andar da carruagem, o coronavírus será usado como cavalo de tróia dos trabalhadores da iniciativa privada. Mais uma vez a corda vai arrebentar do lado mais fraco.  

Sempre foi assim e assim sempre será. Muda governo, entra governo e sai governo e a chibata continua sendo açoitada preferencialmente no lombo de quem trabalha e produz.  

Tirar de quem já ganha uma merreca não é apenas injustiça. Trata-se de virulento ato de covardia.

Jair Bolsonaro poderia sair na frente e reduzir pela metade o salário da alta cúpula do governo federal.

Os congressistas também poderiam abrir mão de metade do gordo salário que recebem.

Como efeito dominó, a redução salarial chegaria as Assembleias Legislativas dos estados, forçaria vereadores, prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais a renunciar parte do polpudo salário que abocanham dos cofres públicos.

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