EDÉSIO ADORNO
Da Redação
Chacareiros, sitiantes, assentados, seja lá que denominação recebam, estão sendo vítimas de abusadas e atrevidas operações policialescas por parte de agentes da Sema, que ao bom estilo bandoleiros da floresta, ateiam fogo em tudo e espalham o terror por onde passam.
Isso é o que se repete com frequência no vilarejo de Guariba, distrito de Colniza. A falta de regularização fundiária da área onde homens e mulheres trabalham há mais de 10 tem gerado uma situação de medo, angustia e desespero.
Pessoas pobres são humilhadas, tratadas com desprezo e brutalidade. Seus barracos, veículos, equipamentos e tudo que encontram pela frente são destruídos pelo fogo. Das tochas inflamadas dos agentes da Sema nada escapa, tudo vira cinza, ferro retorcido, sucata. Um absurdo!
Talvez pela distância ou por simples omissão, nenhum político se interessa pela situação das famílias barbarizadas pela truculência dos agentes da Sema. Ninguém questiona a necessidade de se combater o desmatamento da floresta, o que se espera é que o governo do estado regularize a situação das famílias que se embrenharam na floresta em busca de um pedaço de terra para sobreviver com dignidade.
Os deputados estaduais, federais e os senadores precisam tomar conhecimento dessa realidade brutal e inaceitável. O governador Mauro Mendes precisa impor ordem na Sema e determinar que seus agentes aprendam a respeitar a dignidade da pessoa humana. É possível resolver a situação sem agravar o drama existencial dessas famílias. Chega de crueldade. Paciência tem limites.
Moradores de Guariba viveram, ontem (25), mais um dia de cão. Um trator que serve apenas para realizar pequenas atividades foi queimado. Nas imagens, o rastro da destruição; no vídeo, o velho trator arde e ainda há fumaça. O homem que fez as imagens chora, reclama e implora ajuda. "Não somos bandidos", diz ele.