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POLÍTICA Sexta-feira, 26 de Julho de 2019, 22:36 - A | A

26 de Julho de 2019, 22h:36 - A | A

POLÍTICA / TANGARÁ DA SERRA

Incra deve retomar lotes no assentamento Antonio Conselheiro

Operação Caça às bruxas deve passar a limpo todos os assentamentos da reforma agrária em MT

EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra



Uma fonte autorizada junto ao Incra, em Brasília, preocupada com a gestão do general Jesus Corrêa, que segue a cartilha de esquerda, repassou, sob a condição de anonimato, uma informação que pode transformar os assentamentos da reforma agrária no Brasil e em Mato Grosso num verdadeiro campo de batalha.    

Sem dinheiro para desapropriar ou fazer aquisição de novas áreas com destinação para a reforma agrária, o general Corrêa tirou da cachola um projeto mirabolante e altamente arriscado. Ele pretende desalojar dos assentamentos do Incra quem não tiver o chamado perfil de cliente da reforma agrária. Será um Deus nos acuda. O assentamento Antonio Conselheiro é um dos que será submetido ao pente fino da equipe técnica da autarquia federal.    

“A proposta é expulsar dos assentamentos quem comprou lote e detém a posse do imóvel de forma irregular, independentemente do tempo que nela resida”, afirma a fonte, ressaltando que será uma verdadeira operação caça às bruxas. “É obvio que haverá resistência e judicialização. Ninguém vai devolver seu sítio ou cachara ao Incra antes e sair de mão abanando”.

MSL

 

 

Monitoramento social  

Ativistas de movimentos sociais ligados a luta pela reforma agrária já teriam visitado diversos assentamentos em Mato Grosso. Há informação da presença desses indivíduos nas regiões de Lucas do Rio Verde, São José do Rio Claro, Nobres, Rosário Oeste, Nova Olímpia, Barra do Bugres e Tangará da Serra. “É possível que informações sobre o projeto de retomada de lotes por parte do Incra tenham sido repassadas com antecedência para as lideranças de uma organização chamada Ação Nacional Unificada (ANU)”, relata a fonte do site.  

Em sua página na internet, desatualizada há bastante tempo, a tal da ANU diz congregar dezenas de outras entidades comprometidas com a reforma agrária e com pautas em defesa da agricultura familiar, do cooperativismo e do associativismo no campo e na cidade.    

A entidade se posiciona contra os métodos do MST, de João Pedro Stédile e da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), que é liderada pelo bandoleiro José Rainha. A Anu defende parceria entre a agricultura familiar e o agronegócio. No espectro ideológico, se posiciona mais à direita.    

Em texto postado na página da ANU, o historiador e militar do Exército, Carlos I.S Azambuja, falecido em 2018, destroça o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), um braço do MST e do PT, que defende a distribuição de terras como forma de correção de injustiças e de desigualdades sociais. Claro, defende o socialismo e o fim da propriedade privada.

O governo não pode combater a indústria da grilagem, das invasões de propriedades comandadas pelo MST e por seus esbirros premiando outro movimento com terras já ocupadas por assentados

 

Azambuja editava o blog Resistência Militar, o qual, segundo dizia, era “um espaço democrático, onde a voz da caserna tem peso e qualidade. Um espaço anticomunista e contrário a tudo que de ruim está sendo feito pelo PT e seus agrupamentos do mal”. Esse fato evidencia que a Ação Nacional Unificada (ANU) tem proximidade com a direita, logo pode estar com os pés dentro do governo Bolsonaro.    

É fato que o MST, FNL, ligas camponesas e entidades cartoriais constituídas aos borbotões apenas para fazer ativismo político partidário ultrapassaram todos os limites aceitáveis. É hora de coloca-las em seu devido lugar.    

Também é fato que o governo não pode combater a indústria da grilagem, das invasões de propriedades comandadas pelo MST e por seus esbirros premiando outro movimento com terras já ocupadas por assentados. Expropriar quem já está assentado para beneficiar outras familiares seria um despautério inominável.  

É exatamente isso que pretende Jesus Correa. Quem comprou lote em assentamento ou recebeu a propriedade como herança e não tem o perfil exigido para ser cliente da reforma agrária corre o sério risco de ser expulso da área que ocupa.  

Lideranças da ANU já teriam mapeado o assentamento Antonio Conselheiro, o complexo Pecuama e outros assentamentos em diversos municípios do estado. É hora de acender a luz amarela, e se precaver. A operação “Caça às Bruxas” pode ser deflagrada a qualquer momento pelo presidente do Incra, o general Jesus Corrêa.

Regularização fundiária

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Quem ocupa um lote em assentamento da reforma agrária, seja porque comprou ou recebeu como herança, e lá trabalha, produz e cria sua familia, não há razão nenhuma para expulsar esse individuo de sua propriedade. O mais sensato, justo e humano seria o governo promover a regularização fundiária da localidade, oferecer assistência técnica e tecnologica para ampliar a produção e abrir linha de crédito para esse produtor da agricultura familiar. O presidente Jair Bolsonaro certamente será alertado e jamais permitirá que um absurdo dessa natureza seja praticado pelo presidente do Incra. É o que esperamos.

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Hugo 01/08/2019

Vocês querem que o MST continue cometendo irregularidades em assentamentos? Texto sem pé nem cabeça, cobram do INCRA para acabar com a milícia da esquerda e do MST que escraviza o povo e faz grilagem com as terras e reclamam quando isto está sendo feito? Incompreensível.

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raquel Lima 29/07/2019

NOTA DE ESCLARECIMENTO Eu Raquel Lima, venho mui respeitosamente, esclarecer, por meio da presente, ao público em geral e, principalmente, aos leitores deste ilustre órgão jornalístico, diante da matéria publicada no dia 26 de julho de 2019, que: É de conhecimento geral, público e notório, que o Presidente do Incra Nacional General Corrêa está fazendo o levantamento das irregularidades da Reforma Agrária no país, o que cabe somente a ele explicar sua forma de atuação neste processo. Quero deixar bem claro que mesmo sendo a fundadora da ANU Ação Nacional Unificada e do MSL Movimento social de Luta, me desligue desta organização em novembro de 2018. Pessoalmente eu Raquel Lima, tenho feito um trabalho diferenciado no Estado do Mato Grosso, aonde venho apresentando no Incra Nacional e para alguns Deputados e representantes do poder público projetos sociais que deem subsídio para a continuidade das famílias no campo, ou seja, projetos sociais para que os assentados ou acampados tenham condições de se sustentar, sobreviver e ter dignidade através da terra. Tenho como ideologia incorporar, sistematicamente, a temática de gênero por dentro das atividades produtivas, organizativas, políticas, culturais e ambientais, construindo um novo olhar para o campo das relações humanas como estratégia fundamental para a promoção do desenvolvimento da agricultura familiar e não deixar que o enfoque fique invisível ou não aconteça. O agronegócio e agricultura familiar possuem papeis únicos, porem complementares, de forma que somente quando mudarmos a formato individual de pensar é que cresceremos e diminuiremos a pobreza em nosso país. Portanto é com este pensamento, que levo minha jornada e minha luta! Com relação ao mapeamento, posicionamento a outras bandeiras e privilégios, conforme comentado na matéria, isso deve ser esclarecido pela direção Nacional da ANU. Raquel Lima

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Antonio Marcos 28/07/2019

Eu achou uma ideia ótima do presidente do INCRA. porque têm tantas pessoas em situação de vulnerabilidade Social. debaixo de um barraco de Lola esperando por terra. e os compradores de lotes não sabem o que é viver nestas situações .moran na cidade como todo o conforto possível e dinheiro no bolso.daí vem compra lotes da reforma agrária. quê poderia muito bem ser passando para quem de fato e agricultor . por este motivo tiro o chapéu para o presidente do INCRA esta de parabéns...

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3 comentários

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