EDÉSIO ADORNO
Redação
É visível o desconforto do governador Mauro Mendes (DEM) no processo de escolha do candidato à vaga aberta no senado com a cassação do mandato da juíza Selma Arruda (Podemos). O Democratas tem quadros qualificados e com capilaridade eleitoral para entrar na peleia eleitoral.
Além do próprio Júlio Campos, que amarelou, o partido recebeu a filiação do empresário e ex-senador Cidinho Santos, que poderia ser o nome de consenso do partido, não fosse o individualismo exacerbado dos irmãos Campos.
Para manter a hegemonia do grupo e tentar segurar a cadeira de senador, o partido poderia marchar com o interino Carlos Fávaro (PSD). Outra alternativa doméstica seria o apoio a pré-candidatura do vice Otaviano Pivetta. Nada disso interessa a Jayme e Júlio. Os caciques priorizam sempre projetos de conteúdo familiar ou, se preferir, de natureza pessoal.
O deputado estadual e ex-presidente do partido, Dilmar Dal’Bosco reforça a falta de coesão do partido e, na condição de líder que não lidera, defende que o Democratas priorize as alianças nas eleições municipais e liberar o apoio ao Senado. É o famoso “cada um que siga seu rumo” ou, na melhor definição do chefe do GSI de Bolsonaro, general Augusto Heleno, ‘foda-se o partido’.
O apoio dos Campos ao ex-deputado Nilson Leitão (PSDB) constrange Mauro Mendes. Não que o tucano não tenha méritos ou qualidade para assumir o senado. A questão é que Leitão foi rejeitado nas urnas, responde a uma penca de processos por suposto envolvimento em casos de corrupção, participou da eleição de 2018 em outro arco de aliança. Mas que seja ele, então. Para perder a eleição pode ser qualquer animal, inclusive um Leitão.
